Segundo tipo de câncer ginecológico mais comum entre as mulheres, o câncer de ovário é uma doença silenciosa, com difícil diagnóstico e menor chance de cura. Pouco se discute sobre a doença e a falta de conhecimento sobre ela levou à criação do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, celebrado neste domingo, 8 de maio.
Sem sintomas iniciais, a doença é descoberta em estágio avançado, quando apresenta sinais específicos. Quem dá detalhes é a oncologista Lívia Porto, da Oncoradium – Centro Oncológico de Aracaju.
“Quando a mulher se percebe com algum sintoma já estará instalada uma doença avançada na região da pelve. Os sintomas podem ser aumento do volume abdominal, alteração do ciclo menstrual, alteração do padrão de urinar, perda de peso e o sintoma mais tardio pode ser dor abdominal”, afirmou.
A especialista explica que o câncer de ovário pode estar ligado ao estilo de vida, mas também a fatores genéticos e que, por isso, é necessário manter hábitos saudáveis.
“Os tumores de ovário não são de um só tipo, por isso, não há um fator de risco único que possamos atribuir ao seu surgimento. Então, hábitos gerais como manter alimentação saudável, controlar o peso, fazer uso orientado de anticoncepcionais orais por profissional habilitado e evitar o tabagismo, são fatores que podem contribuir para redução de risco dessa doença. E há ainda os cânceres de ovário ligados a mutações genéticas adquiridas, como por exemplo BRCA 1 ou BRCA2, que são as mais comuns”, destacou.
Diagnóstico tardio
A Dra. Lívia Porto alerta ainda que o câncer de ovário tem a taxa de sobrevivência mais baixa entre todos os tipos de cânceres ginecológicos.
“Isso ocorre porque a doença geralmente tem diagnóstico tardio e porque que não há exames de rotina com faixa etária estabelecida por programas de rastreamento. O diagnóstico depende do funcionamento de centros médicos de alta complexidade: cirurgiões habilitados e exames de imagem de alta complexidade, que são fatores que impactam no acesso ao tratamento”, pontuou a oncologista.
Prevenção
Para prevenir o câncer de ovário, é fundamental a realização de uma consulta com um ginecologista pelo menos uma vez ao ano. Essa rotina auxilia no diagnóstico precoce de doenças ginecológicas ou alterações benignas e malignas que muitas vezes levariam anos para os sintomas aparecerem.
“Todas as mulheres devem realizar exames de rotina anuais com Ginecologista anualmente, essa é a maneira mais eficiente de prevenção e diagnóstico precoce”, reforça.
Em caso de suspeita da doença, a principal orientação é buscar ajuda de um ginecologista. “O médico saberá conduzir uma investigação diagnóstica com exames de imagem. Se a suspeita de tumor ovariano se confirmar, ele encaminhará a paciente para uma equipe de Oncologia: Cirurgia Oncológica e Oncologia Clínica. Se descoberto precocemente, o tumor de ovário tem cura e o principal tratamento é a cirurgia realizada por cirurgião oncológico habilitado nessa técnica cirúrgica”, finalizou.
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Fonte: Nara Barreto, jornalista