*João Garcez
É com muita tristeza e revolta que estou assistindo de perto, pois moro em São Cristóvão, os desmandos que estão ocorrendo em nossa cidade. Um indivíduo que causou “prejuízo ao erário”, que promoveu seu “enriquecimento ilícito” e que depõe contra si “a ofensa aos princípios da moralidade e legalidade”, conforme afirmou o competente Juiz de Direito Manoel da Costa Neto em sentença prolatada, esta aterrorizando o povo da 4ª cidade mais antiga do País.
A situação atual da nossa cidade é o verdadeiro retrato da descrença e da falta de esperança em dias melhores e o medo de um ditador. Professores com salários reduzidos e atrasados estão em greve por tempo indeterminado, e o que é pior, ameaçados de demissão por justa causa; a taxa de iluminação pública foi reajustada em índices até hoje não divulgados; o IPTU praticamente dobrou o valor; a água não chega às torneiras das casas do centro histórico a cerca de seis (seis) meses e mesmo assim é mandado cortar a ligação de quem não apresenta comprovantes de contas de 08 (oito) anos atrás; o hospital, que é administrado por uma instituição filantrópica teve as suas obras de reforma embargadas, por pura perseguição política e os comerciantes estão fechando as suas portas porque o dinheiro deixou de circular no município.
Para piorar a situação, um projeto de lei complementar nº 04 de 06 de maio de 2013, que esta tramitando na Câmara de Vereadores, tenta institucionalizar os desmandos administrativos que vem ocorrendo em São Cristóvão, atribuindo todos os poderes ao poderoso chefão, senão vejamos, o referido projeto proíbe a chefe do executivo de assinar cheques, ordens de saque ou de pagamento, notas de empenho e outros documentos de ordem financeira e contábil, e mais, homologar processos licitatórios e assinar contratos, convênios e outros ajustes, excetuando “por motivo de interesse público relevante”.
Esse mesmo projeto cria centenas de cargos comissionados, novas secretarias e jetons em conselhos. O que demonstra a farsa que tentam passar para sociedade sergipana, atribuindo à São Cristóvão o rotulo de município falido.
Quero concluir citando Martin Luther king: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem caráter, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
João Garcez
Advogado e morador de São Cristóvão/SE.