Assim que os primeiros decretos governamentais estabeleceram a suspensão do atendimento interno em bares e restaurantes, em razão da pandemia da Covid-19, proprietários de estabelecimentos neste segmento precisaram remodelar seus negócios para não fecharem as portas. O serviço de delivery de bebidas e alimentos foi a principal medida adotada pelos proprietários. A informação é do portal Infonet.
O restaurante Laguna, situado no principal cartão postal de Aracaju, a Orla da Atalaia, adotou o serviço de entrega dos produtos do seu cardápio de quinta à domingo. “A gente não fechou porque conseguimos manter uma reserva. Apesar da redução no lucro, o delivery tem sido uma alternativa nesse momento e graças a uma rede de clientes que nós já tínhamos, estamos conseguindo vender”, explica Renato, gestor do restaurante. Nos finais de semana, o estabelecimento chega a ter cinco equipes de entrega. “Antes nós não fazíamos delivery. Vai ser um serviço que vamos manter quando a situação se normalizar”, complementa Renato.
Quem também adotou estratégia parecida foi o Marcelo, proprietário do Boteco Aruana, na Zona Sul de Aracaju. Ele explica que teve uma redução do lucro na faixa dos 90%, mas tem mantido os serviços do estabelecimento através de entregas que ele mesmo faz. “Nós ampliamos o cardápio de almoço e estamos entregando bebidas também, mas o impacto financeiro é muito grande”, explica Marcelo. No local, o delivery acontece às sextas, sábados e domingos. Abrasel calcula fechamento de 300 restaurantes
Enquanto alguns estabelecimentos vão buscando alternativas para sobreviver à pandemia, outros já estão anunciando o encerramento das atividades. O presidente da Associação Sergipana de Bares e Restaurantes (Abrasel/SE), Augusto Carvalho, afirma que em uma pesquisa interna com os associados, a estimativa é que até o final do mês de junho, pelo menos 300 bares/restaurantes já tenham encerrado as atividades definitivamente. Ele calcula que esse número impacte diretamente em 3 mil demissões no segmento.
“São números expressivos, porque nosso setor emprega bastante. O delivery tem sido uma alternativa para muitos, mas a gente sabe que é um complemento. Não dá pra pagar as contas”, entende Augusto.
O presidente da entidade explica que voltou a solicitar ao Governo um planejamento para retomar as atividades nos estabelecimento, cumprindo alguns critérios sanitários de prevenção a Covid-19. “Nós, donos de bares, iremos mostrar para a população que estamos com todos procedimentos de segurança, como álcool em gel disponível para funcionários e clientes, máscaras, distanciamento e todo aparato necessário. São Paulo, que é o epicentro da doença, já está anunciando planejamento para retomar as atividades nos restaurantes, então acredito que em breve deve ser retomado por aqui também”, conclui Augusto.
Por Ícaro Novaes, portal Infonet
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