O Brasil continuou a fechar vagas formais de trabalho em outubro deste ano. De acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgadas nesta quinta-feira (24) pelo Ministério do Trabalho, no mês passado houve 74.748 demissões a mais do que contratações.
Apesar de negativo, o resultado do mês passado foi menos ruim que o de outubro de 2015, quando foram fechados 169.131 postos de trabalho, o pior resultado para esse mês desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, em 1992.
Segundo o governo, outubro foi o 19º mês seguido de fechamento de vagas formais. Ou seja, há mais um ano e meio há mais demissões do que contratações na economia brasileira. O último mês em que houve mais contratações foi em março do ano passado, quando foram criados 19,2 mil postos de trabalho.
As demissões de trabalhadores acontecem em um cenário de recessão na economia, que tem reultado em alta do desemprego, da inadimplência e contribuído para desequilíbrio nas contas do governo, estados e municípios do país. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8% e, neste ano, a previsão de analistas é de um tombo superior a 3,3%.
Acumulado do ano
Na parcial dos dez primeiros meses deste ano, as demissões superaram as contratações em 751.816 vagas formais, segundo números oficiais divulgados pelo Ministério do Trabalho.
Nesse caso, também houve melhora em relação ao mesmo período do ano passado – quando foram fechadas 818.918 vagas com carteira assinada – no que foi o pior resultado para este período desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, que, neste caso, começa em 2002.
Os números de criação de empregos formais dos dez primeiros meses do ano, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo nos meses de janeiro a setembro. Os dados de setembro ainda são considerados sem ajuste.
O Ministério do Trabalho informou também que, nos últimos 12 meses até outubro, foi registrada a demissão de 1,5 milhão de trabalhadores com carteira assinada.
Por setores
Em outubro, segundo os números do governo, o comércio foi o único setor que registrou contratações em outubro deste ano – quando foram admitidos 12.496 trabalhadores.
O setor que mais demitiu, no mês passado, foi a construção civil, com fechamento de 33.517 postos formais de trabalho, seguida pelos serviços, com demissão de 30.316 trabalhadores com carteira assinada.
Já a agricultura fechou 12.508 vagas formais no mês passado, ao mesmo tempo em que a indústria de transformação registrou a demissão de 5.562 trabalhadores com carteira assinada.
A administração pública fechou 2.568 vagas no mês passado e os serviços de utilidade pública demitiram 1.703 trabalhadores. Já a indústria extrativa mineral perdeu 1.070 vagas formais.
Números regionais
Segundo o Ministério do Trabalho, houve o registro de demissões em quatro das cinco regiões do país em outubro. Nos dez primeiros meses deste ano, por sua vez, todas as regiões do país tiveram demissões.
Em outubro, os números mostram que a região Sudeste liderou as demissões, com o fehamento de 50.274 postos formais de trabalho, seguida pela região Centro-Oeste, com o fechamento de 14.153 empregos com carteira assinada. A região Nordeste registrou a demissão de 7.315 trabalhadores no mês passado.
Já a região Norte registrou a demissão de 6.272 trabalhadores com carteira assinada em outubro. Na região Sul, houve a abertura de 3.266 vagas formais.
De janeiro a outubro, a região Sudeste demitiu 465.793 trabalhadores formais, a região Nordeste fechou 177.227 vagas e, na região Sul, 53.365 empregos foram fechados. Na região Norte, 50.774 vagas formais foram perdidas e, na Centro-Oeste, houve a perda de 4.657 empregos com carteira.
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Informações do G1 em Brasília.