Não houve luta do rochedo com o mar. Um gol de Neymar aos 14 segundos de jogo abriu caminho para a seleção olímpica golear Honduras por 6 a 0 e fazer os corações dos torcedores brasileiros explodirem de felicidade nesta quarta-feira no Maracanã, que recebeu 52.457 pessoas. O camisa 10 foi o dono da festa, o rei no meio de uma gente tão modesta. Comandou o triunfo que garantiu ao Brasil mais uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No próximo sábado, acontecerá a decisão do ouro. Como será o amanhã? Responda quem puder, mas sonhar não custa nada, e o sonho do título inédito nunca foi tão real.
Não teve tempo para o forte calor atrapalhar, nem para haver qualquer tipo de ansiedade. Na saída de bola, Neymar apertou a marcação, dividiu com o goleiro López e abriu o placar. Não comemorou, por sentir dores no peito. Este foi o único susto da seleção olímpica nesta quarta-feira. Recuperado, o camisa 10 brilhou: respondeu as muitas faltas que sofreu com dribles e passes – um deles para Gabriel Jesus marcar um de seus dois gols, o outro foi cortesia de Luan.
Com a vantagem do 3 a 0, a seleção voltou para o segundo tempo mais preocupada em fazer o tempo passar e dosar energia para a final. Ainda assim, fez mais dois gols, com Marquinhos e Luan. O restante do tempo foi gasto em jogadas de maior refino técnico, para delírio da torcida, que se dedicou a criar novas músicas, provocar a Alemanha e se divertir na arquibancada. No fim, lance emblemático: todos parados, com celulares a postos para registrar o gol de pênalti de Neymar que definiu o placar.
A disputa da medalha de ouro acontece no próximo sábado, às 17h30 (de Brasília), também no Maracanã. O adversário do Brasil sai ainda nesta quarta: Alemanha e Nigéria se enfrentam às 16h, na Arena Corinthians. Os brasileiros já escolheram o rival preferido: ao longo da partida, gritaram: “Ô, Alemanha, pode esperar, a sua hora vai chegar!”.
Não importa a cor da medalha: seja prata ou ouro, o Brasil é o recordista olímpico – já chegou ao pódio seis vezes. São três medalhas de prata (1984, 1988 e 2012) e duas de bronze (1996 e 2008). Neymar também entrou para uma seleta galeria de jogadores com duas medalhas, ao lado de Marcelo, Thiago Silva, Alexandre Pato, André Cruz e Bebeto.
Os gols do Brasil na Olimpíada são quase exclusivos do quarteto ofensivo de Micale. Gabriel Jesus, Neymar e Luan são os artilheiros, com três. Gabriel tem dois. Marquinhos, que segue sem ser vazado na defesa ao lado de Rodrigo Caio, é o intruso, com um gol.
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Matéria extraída do Globo Esporte