A equipe de investigações da Delegacia Regional de Propriá elucidou o crime de homicídio de José Ângelo Bezerra, 52 anos, que foi dopado, torturado e esquartejado por quatro traficantes de drogas que atua na região do Baixo São Francisco. A vítima foi morta dia 9 de março e as partes do corpo jogadas dentro de um tonel de lixo em uma localidade conhecida Lagoa do Zeca, em Propriá.
Segundo o delegado João Eduardo, o corpo foi encontrado dois dias depois por moradores que chamaram a Polícia Militar após sentir um forte mau cheiro causado pela decomposição do corpo. Após as investigações, a Polícia Civil chegou aos primeiros nomes dos envolvidos. No dia 24 de março, a Polícia Militar prendeu em Propriá o líder da quadrilha e principal suspeito do esquartejamento: o ex-presidiário Jean Matos Pinheiro, 39 anos.
No seu interrogatório, Jean negou qualquer participação no crime, forçando a polícia a continuar a investigação por outros meios até chegar no dia 1º de abril a José Magno Poderoso, 58 anos, e Cristobal Silva Oliveira Júnior, 35. “Nas buscas onde teria ocorrido o crime, encontramos também vestígios de sangue e no quintal da casa encontramos a faca usada no homicídio”, explicou o delegado.
A última a ser presa foi Cíntia Vieira de Sá, 19 anos, que localizada no Estado de Alagoas na última terça-feira, 5 de abril. Ela confessou a participação na trama macabra e apontou onde teria jogado uma bolsa com roupas e uma toalha que utilizou para limpar o sangue da casa. Ela também reconheceu a faca e a garrafa vazia de cachaça usada para dopar a vítima.
Motivação
A fúria de Jean e seus comparsas tem origem em furtos que estariam ocorrendo na boca de fumo que ele comandava em Propriá. As investigações mostraram que Jean pressionou todos os seus comparsas e descobriu que foi Ângelo e José Magno quem teria roubado cerca de R$ 5 mil em pedras de crack. “Poderoso fugiu de Propriá, mas José Ângelo foi pego por Jean que submeteu a vítima a intensas torturas antes de matá-lo. Consta no inquérito que ele esquentava a faca para queimar o corpo da vítima e o obrigava a tomar altas doses de cachaça com remédios controlados”, disse
As investigações comprovaram, ainda, que quando José Ângelo ficou inconsciente, Jean desferiu um golpe de faca mortal no pescoço. Depois, teria obrigado Cíntia a cortar os membros inferiores da vítima, mas ela não conseguiu. “Foi então que Jean tomou a faca e disse: ‘vou ensinar a você como se faz’, e passou a esquartejar todo corpo, dos pés a cabeça”, contou.
João Eduardo ressalta que essa foi a forma que Jean encontrou para castigar seu oponente e amedrontar os demais integrantes do bando. “Essa fase da investigação está apurando a participação de cada um nos crimes. Até o momento, são quatro crimes identificados: tráfico de drogas, homicídio qualificado, tortura e ocultação de cadáver”.
Jean tem passagem por tráfico de drogas e deixou o presídio no mês de fevereiro deste ano. Ele já foi condenado por violência doméstica e foi absolvido pela Justiça em outro processo por tráfico de drogas. “Todos eles têm envolvimento no crime de alguma forma. Essa parte final vai detalhar quem teve participação no homicídio, na ocultação, no tráfico e na tortura”.
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Informações da SSP/SE