por GLOBOESPORTE.COM
Com um susto logo que a bola rolou e o freio de mão puxado, o Vasco limitou-se a fazer o suficiente para evitar uma zebra em São Januário na noite desta quinta-feira. Com a vitória sobre o Nacional-AM por 2 a 1, de virada, carimbou a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, já que na partida de ida havia feito 2 a 0. O adversário agora é o Goiás, nos dias 25 de setembro e 23 de outubro, ainda sem ordem de mando de campo definido.
Bola da vez, Marlone empolgou a torcida, que compareceu em bom número: foram 5.816 pagantes (8.100 presentes), para uma renda de R$ 101.630. O meia, autor de um dos dois gols, e Nei deixaram o estádio com muito a comemorar, já que o lateral tinha como última recordação do palco um coro de vaias. Desta vez, teve participação destacada. Danilo Rios, em rebote de pênalti, e Dakson também balançaram a rede.
O meia Pedro Ken analisou o resultado com tranquilidade, deixando de lado a atuação irregular da equipe.
– Não fizemos um grande jogo, mas o importante é o resultado. Eles fizeram o gol cedo, complicaram um pouco a nossa vida, mas conseguimos vencer e vamos com moral para a próxima fase.
Um dos destaques do Nacional-AM, que volta suas forças para a Série D do Brasileirão, o goleiro Gilberto elogiou a postura do time que derrubou Ponte Preta e Coritiba em fases anteriores.
– Tem que parabenizar o empenho, a dedicação do time. Nos dois jogos encaramos o Vasco de igual para igual, mas não deu, e infelizmente fica por aqui a Copa do Brasil.
Brilho de Marlone após alerta
O fantasma de antigas eliminações precoces assombrou o Vasco logo nos primeiros minutos. Do palco de festa da torcida, São Januário entrou em clima da apreensão quando o árbitro marcou pênalti de Fillipe Soutto em Erick. Danilo Rios parou em Diogo Silva na cobrança, mas no rebote não perdoou. Com muito jogo pela frente, faltava apenas um gol para o Nacional-AM, que atuou com time misto, garantir ao menos uma disputa de pênaltis.
Mas o cenário foi outro a partir de então. O goleiro Gilberto se tornou a principal figura do jogo, com defesa arrojadas, inclusive em arremate de Marcinho, seu companheiro, contra a própria meta. Com ampla posse de bola, parecia questão de tempo para o time de Dorival Júnior virar. Aos 25, Nei sofreu pênalti, ignorado pelo juiz. Até Yotún abrir caminho pela esquerda, aos 32, e rolar na medida para Marlone concluir e festejar, com direito a cambalhota. Foi o primeiro gol da promessa vascaína no time profissional.
Virada sai sem esforço
Novo titular, o garoto cruz-maltino, aliás, fez de tudo: bateu faltas, driblou, chutou a gol com perigo. Foi o dono da etapa, ofuscando o colombiano Montoya, que pouco deu as caras em campo. Na volta do intervalo, mais um meia para dividir a armação: Fábio Lima entrou na vaga de Soutto e mostrou que o treinador queria resolver a parada de uma vez. Só que o Naça não desistiu e incomodou nos primeiros momentos. No entanto, faltava categoria ao visitante.
Tenorio perdeu boa oportunidade, Nei acertou o travessão aos 20. Bola para um lado, erro do outro… E o que mais chamou a atenção foram as saídas do discreto Roberto Dinamite – cujo nome é, claro, uma homenagem ao presidente e maior ídolo do Vasco – e a de Marlone, ovacionado. No mais, quase nada a acrescentar, além de muita correria e lances insinuantes sem efeito prático de Yotún, Willie, Fábio Lima e Nei. Este, porém, ganhou moral com a torcida, que mostrou bom humor nos coros “Nei é Seleção” e “Nei é melhor que o Neymar”.
Perto dos acréscimos, para não ficar o gostinho do empate em casa, Dakson, que entrara no lugar de Montoya, virou o placar ao receber de Fábio Lima e tocar de mansinho na saída do goleiro. Confronto definido, fim da linha para uma das sensações da competição e alívio ao favorito.