A violência continua campeando no país. O número de mortes causadas por homicídios e por acidentes de trânsito é algo aterrorizante, no entanto, são poucos os gestores que se preocupam em executar os serviços de segurança pública, precedidos por um bom planejamento.
O Brasil tem extensão continental, e alguns dos países adjacentes têm histórico reprovável de plantio e uso de drogas, assim como de armas ilegais. Por essa razão, o nosso território constitui-se área vulnerável.
Todos sabem que a combinação das drogas com o uso de armas ilegais não pode resultar em algo satisfatório. Ademais, não há como enfrentar essa combinação maléfica sem uma estratégia bem montada. Para reduzir consideravelmente os efeitos desses incômodos, faz-se necessário uma apropriada decisão política e uma ação governamental eficiente.
Para bloquear a circulação das drogas através das fronteiras, é fundamental a atuação da Polícia Federal e também das Forças Armadas. Porém, a ação só poderá ser verdadeiramente eficaz se as instituições, ora mencionadas, tornarem-se destinatárias dos investimentos imperativos. Afinal de contas, são indispensáveis o uso de novas tecnologias para o serviço de inteligência, equipamentos modernos, bem como o aumento do efetivo policial. Se isso não ocorrer, nada valerá o discurso das autoridades, pois não se vence uma guerra com conversa fiada.
As polícias civis e militares de todo o Brasil precisam agir com base em um planejamento nacional. A sintonia entre as autoridades policiais de todos os entes federados é imperiosa. Isso porque, se estados como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, agirem com maior eficácia para repelir o crime e abduzir o criminoso, esse fugirá para outras localidades. E se nos outros lugares ele não se deparar com o rigor da força policial bem projetada, agirá como antes, e os índices de violência se manterão. A única diferença é que em vez de morrer alguém em São Paulo ou Rio de janeiro, morrerá em outra unidade da federação.
O próprio mapa da violência de responsabilidade do competente sociólogo Julio Jacobo evidencia o fenômeno chamado de interiorização do crime, que é exatamente o registro do deslocamento da ação criminosa das cidades bem policiadas, geralmente as capitais, para o interior do Brasil.
A diminuição da ação delituosa passa, logicamente, por investimentos abundantes. É evidente que os governantes possuem outras responsabilidades em áreas também essenciais. Todavia, não é possível vislumbrar cenários melhores para o nosso país, sem reduzir os altos índices de violência verificados nos dias atuais. Temos de melhorar a saúde, educação, infraestrutura e muito mais. Porém, nada será frutífero para que a paz reine se não houver ações concomitantes. A violência chegou a um patamar inadmissível, e todos, indistintamente, tornaram-se alvo fácil da bandidagem.
Destarte, urge ao Estado brasileiro garantir a incolumidade das pessoas, cumprindo o que determina os termos da Constituição Federal. Para tanto, é fundamental planejar e executar serviços de segurança apropriados, investindo o que for realmente necessário nesse setor e acabando definitivamente com a demagogia. Ou o Brasil reduz a violência, ou a violência abaterá o Brasil.
Por Mendonça Prado, advogado e deputado federal por Sergipe