Neste domingo, 10, é o Dia Mundial do Ceratocone, uma doença ocular progressiva caracterizada pelo afinamento e deformação da córnea, em formato de cone, o que afeta a visão e pode progredir para cegueira em casos graves. Dados do Ministério da Saúde apontam que o ceratocone atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil, normalmente pacientes jovens entre 10 e 25 anos. A data tem como objetivo conscientizar sobre a doença que é uma das principais razões para transplantes de córnea no país, com uma média de cerca de 13 mil procedimentos anuais, e que tem a consulta regular com o oftalmologista como principal forma de prevenção.
De acordo com o presidente da Sociedade Sergipana de Oftalmologia e especialista em ceratocone, Dr. Allan Luz, o primeiro sinal da doença costuma ser a visão turva, levando muitas pessoas a procurarem um oftalmologista para ajustar o grau dos óculos. No entanto, essa troca geralmente não resolve o problema, e a tendência é de que o quadro se agrave progressivamente, podendo até causar perda significativa da visão. “A suspeita de ceratocone pode surgir em exames oftalmológicos básicos e ser confirmada por meio da topografia da córnea, um exame que mapeia a superfície da córnea e identifica claramente a presença da doença”, alertou.
O especialista destaca que a progressão da doença é mais agressiva quando se inicia na infância, representando a causa de cerca de 15-20% dos transplantes de córnea em crianças. “Os jovens coçam bastante os olhos e existe uma instabilidade na córnea. Ela é mais frágil quando você é mais jovem. Quanto mais velho você vai ficando, mais resistente a córnea fica, o que reduz as chances de ser acometido pela doença”, explicou Allan Luz.
Diagnóstico e tratamento
Especialista em ceratocone e pioneiro em técnicas cirúrgicas para o tratamento da doença em Sergipe, o oftalmologista Allan Luz reforça que quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais fácil será o tratamento. “Se for diagnosticado cedo, precocemente, é possível fazer tratamentos adequados, mais simples, que vão evitar o transplante da córnea. Um dos principais tratamentos para o ceratocone é o implante de um anel, o anel intracorneano, conhecido como anel de Ferrara também”, detalhou.
O anel de Ferrara é implantado em casos leves, moderados e até mesmo em casos avançados, podendo reverter a curvatura alterada da córnea, reduzindo, dessa forma, as aberrações causadas pela doença e melhorando, por fim, a acuidade visual do paciente. “Outro tratamento específico é o crosslinking de colágeno, que tem por objetivo impedir ou deter a progressão da doença”, afirmou.
O presidente da Sociedade Sergipana de Oftalmologia, Allan Luz, destaca ainda a necessidade das pessoas estarem atentas aos fatores de risco e de realizarem consultas oftalmológicas regularmente para diagnosticar o problema o quanto antes. “A doença está cada vez mais frequente nos consultórios oftalmológicos. Por isso, é importante alertar as pessoas sobre os fatores de risco, como a alergia ocular e o histórico familiar, mas principalmente sobre evitar o ato de coçar os olhos”, finalizou.
Sobre o Dr. Allan Luz
Especialista em transplante de córnea, no tratamento da ceratocone e na realização de cirurgia refrativa, Dr. Allan Luz é formado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e iniciou suas atividades acompanhando o Dr. Mário Ursulino, fundador do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), referência em oftalmologia no estado. Atualmente é professor e coordenador do curso de especialização do HOS, pioneiro e único na área em Sergipe, e está como presidente da Sociedade Sergipana de Oftalmologia.
Dr. Allan Luz possui doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) e premiações nacionais e internacionais. Também é palestrante, acumulando em sua trajetória mais de 100 aulas em congressos e simpósios nacionais e internacionais, além de 40 artigos reproduzidos nas mais respeitadas publicações científicas.
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Fonte: Ascom/Divulgacao