O encontro entre história e memória marcou as celebrações dos 203 anos da Emancipação Política de Sergipe, neste sábado, 8 de julho. A programação de celebração de emancipação contou, inicialmente, com revista da tropa, hasteamento das bandeiras e execução dos hinos nacional e de Sergipe, seguido de benção pelo padre Marcelo Conceição. Além disso, dez homenageados receberam a Medalha do Mérito Historiadora Maria Thétis Nunes, como forma de reconhecer o trabalho que tem sido feito pela história de Sergipe atualmente.
Maria Thétis Nunes nasceu em 1923, no município de Itabaiana, tornou-se uma referência como professora e pesquisadora que dedicou a sua vida à educação e à história de Sergipe. Se estivesse viva, neste ano estaria com 100 anos. Entre os homenageados com a medalha que leva o seu nome estão: o historiador Claudefranklin Monteiro, Josevanda Franco, Maria Lúcia Marques, Maria Nely, Aglaé Fontes, Vladimir Souza Carvalho, Dilton Maynard, Beatriz Góis Dantas, Maria da Glória Santana de Almeida e Izaura Júlia de Oliveira Ramos.
Com a missão de falar por todos os homenageados, a professora aposentada e historiadora Maria Nely levou um dos livros publicados por Maria Thétis para chamar a atenção que a história de Sergipe não pode ser esquecida. “Hoje é a celebração de acontecimentos importantes. Estamos aqui hoje no presente, rememorando coisas que passaram e que a história sempre sofre novas interpretações. Neste exato momento vivemos, de um lado, a representação do passado, que nos coloca perante a diferentes interpretações da Emancipação Política de Sergipe; e do outro, as celebrações do centenário do nascimento da professora Maria Thétis Nunes. Os dois eventos se combinam por nos remeter de uma só vez aos instrumentos de base do trabalho histórico e aos objetos mais simbólicos da nossa memória: os arquivos”, enfatizou. Ela afirmou que comemorar o 8 de julho não significa somente considerar o fato. Serve para avaliar o que sua história ocupa na memória dos sergipanos.
A bióloga e pesquisadora, natural de Maruim, Maria Lúcia Marques dedicou a homenagem aos naturalistas, porque, segundo ela, foram os primeiros historiadores. “Não existia curso de História e os naturalistas que tiveram esse olhar para a natureza, para a história, para os fatos e acontecimentos que marcaram a origem das cidades. Isso é muito importante para o percurso e cronologia da história de cada cidade e estado”, explicou.
Foi com muita alegria que o professor universitário Claudefranklin Monteiro, atual chefe do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe (UFS), recebeu a Medalha do Mérito Historiadora Maria Thétis Nunes. Para ele, a honraria não é pessoal, mas, sim, identitária. “Estou aqui representando o município de Lagarto e no dia em que Sergipe celebra uma data tão significativa eu me sinto plenamente feliz e honrado por representar o povo de Lagarto”, disse. Com relação à medalha que leva o nome de Maria Thétis, ele falou que é motivo de maior alegria e satisfação. “Não tive a honra de ter sido seu aluno, mas em alguns momentos da minha vida tive contato com ela, sobretudo na pesquisa”, pontuou.
Para a professora Beatriz Góis, é uma honra muito grande receber a homenagem que leva o nome dessa grande pesquisadora que foi sua colega da universidade e de profissão. “Receber uma medalha que leva o nome de uma mulher que teve um destaque singular na vida cultural e histórica de Sergipe no século XX e início do século XXI é algo muito gratificante”, destacou.
A historiadora Josevanda Franco também fez questão de enaltecer o trabalho de sua colega de profissão, Maria Thétis. De acordo com a agraciada, Thétis Nunes é uma das grandes historiadoras de Sergipe e formadora de muitos outros profissionais da área. “Para todos nós que estamos sendo homenageados é muito significativo. Estamos comemorando a emancipação do nosso estado, momento em que tivemos a capacidade de gerir as diretrizes e o destino do estado independente da Bahia”, afirmou. Josevanda completou que a independência de Sergipe é um momento importante na história da antiga província e merece a comemoração dos sergipanos.
Valorização da história
Com emoção, o governador do estado, Fábio Mitidieri, falou o quanto é importante celebrar o dia 8 de julho e o nome de Maria Thétis. “Isso só demonstra o quanto esse estado valoriza sua história. A gente sabe que a Emancipação Política de Sergipe veio com muita luta para que pudesse se separar da Bahia e poder estar aqui hoje como estado reconhecido. Mas essa luta é permanente para que a gente consiga melhorar a vida dos sergipanos e desenvolver o nosso estado”, ressaltou.
Sergipanos
Sergipana de nascimento e coração, a professora aposentada Aldaci Andrade disse que ter nascido no estado é uma honra. “Nosso estado está se desenvolvendo muito bem e um lugar bom para se morar. Gosto de tudo que o estado oferece, mas as praias têm um lugar especial em meu coração”, confessou.
Sobre comemorar o 8 de julho, a pesquisadora e autora de livros Tereza Cristina Cerqueira relatou a importância de celebrar a maneira de ser sergipano, a sua história e costumes particulares. Também sergipana e nascida na capital, Tereza destacou que os festejos juninos, a música, a produção acadêmica de seus colegas de profissão é que fazem seu coração vibrar. “Não posso esquecer do nosso sotaque, adoro muito o nosso jeito de falar”, completou.
Exposição fotográfica
Para finalizar as celebrações da data, todos os presentes puderam acompanhar a abertura de uma exposição fotográfica com trabalhos dos fotógrafos Arthuro Paganini, Gilton Rosas e Paulo Maia, além de apresentação do Quinteto da Orquestra Sinfônica de Sergipe.
As fotos expostas retratam detalhes das belezas do estado e valorizam a identidade sergipana. A exposição seguirá até o dia 5 de agosto, de terça a sexta, das 9h às 16h30, e aos sábados, das 9h às 12h30, no salão multieventos do Palácio Museu Olímpio Campos, localizado na Praça Fausto Cardoso, no Centro de Aracaju.
Um condutor ficou ferido após colisão entre veículos na rodovia SE-282, povoado Cajueiros, no município de Estância, interior do estado. Segundo informações do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), o outro motorista envolvido no acidente realizou o teste do bafômetro, mas deu negativo para a ingestão de álcool.
Ainda de acordo com a BPRv, o tipo de acidente foi classificado como abalroamento transversal, que ocorre quando um veículo atinge o lado de outro veículo em um ângulo perpendicular. Esse tipo de colisão geralmente ocorre em cruzamentos ou interseções.
O condutor que ficou ferido recebeu os primeiros socorros do do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) antes de ser levado para o Hospital Regional de Estância.