O senador e pré-candidato ao Governo de Sergipe, Rogério Carvalho (PT), se reuniu com representantes sindicais do estado, nesta segunda-feira, 11, para detalhar os motivos que geraram a crise financeira no Brasil, sobretudo nos pontos que atingem a geração de emprego e renda das famílias brasileiras. Durante encontro, o petista também fez críticas à falta de políticas públicas locais que, em sua visão, se tivessem sido tomadas, poderiam minimizar os impactos da crise que assola o país. A informação é do portal Hora News Brasil.
De acordo com o senador Rogério Carvalho, faltou compromisso e olhar atento do Governo de Sergipe com relação às ações que beneficiem associações e entidades de classe.
“Quantas beneficiadoras de peixe foram criadas pelo Governo do Estado para estimular a piscicultura? Zero. Para estimular a produção de camarão? Zero. Quantas agroindústrias para beneficiar a nossa mandioca e não precisar ir para fora para ser empacotada e vendida nos mercados? Zero. Qual é a fábrica de suco controlada pelos pequenos produtores cítricos do estado? Zero. Quantas agroindústrias nós poderíamos criar nesse estado num governo decente? 200, 250, 300? Não existe mais agricultura sem agroindústria. Quantas granjas suínas a gente tem no estado de Sergipe sustentável, que produz energia, adubo, emprego? Tudo isso é para produzir emprego e renda. Quantas? Nós poderíamos estar produzindo ovinos, caprinos e abatendo aqui. Mas nada está sendo feito”, questionou.
Ataques aos trabalhadores
Rogério Carvalho comentou, também, sobre as medidas tomadas pelo Governo Bolsonaro que têm tirado direitos dos trabalhadores, ressaltando seus posicionamentos em defesa da geração de empregos para os brasileiros.
“Muitos parlamentares votaram na medida provisória para retirar os direitos dos trabalhadores. Mas a gente precisa entender que as maiores riquezas que temos são os nossos direitos. Quando uma pessoa nascia no Brasil, antes da queda de Dilma, entre 1988 a 2016, era portadora de uma riqueza que trazia com ela ao nascer: o direito a previdência, a saúde, a assistência social, à educação. Isso é uma riqueza que não tem proporção. Essas medidas que estão em curso desde o governo Temer foram nos asfixiando. Matando o sistema único de saúde, o sistema de assistência social, a previdência social. Asfixiou todas as áreas que representam uma riqueza que cada brasileiro tem e que materializa o que a gente chama de cidadania”, detalhou o senador, completando a explicação com um exemplo.
“Um trabalhador de mina, por exemplo, só pode começar a trabalhar aos 21 anos e só deve trabalhar, no máximo, 25 anos, a depender da profundidade, que é mais ou menos o tempo que pode exercer a função. Aos 46 anos, tem que se aposentar obrigatoriamente. Mas o governo que está aí votou contra os trabalhadores e contra a aposentadoria especial. Quando a gente derrubou as medidas 905, 927, 936, 871, que são medidas provisórias que retiravam direitos, significa que bilhões e bilhões, que o governo queria tirar dos trabalhadores, a gente evitou que fosse retirado”, exemplificou.
O pré-candidato ao governo do Sergipe ainda detalhou sobre outras ações do Governo Bolsonaro que têm prejudicado a classe trabalhadora.
“O país foi obrigado a se submeter a uma regra, chamada emenda constitucional 95, que não existe em nenhum lugar do mundo e que só gerou miséria e fome em nosso país, porque acabou com o Minha Casa Minha Vida, acabou com o Luz para Todos, acabou com mais investimentos. A saúde que era para estar hoje com mais de R$ 140 bilhões de receita, está com o mesmo que gastava há 10 anos. Mesmo financiamento de 10 anos atrás. A educação ele tirou, com o Fundeb, e eu fui um dos que articulou a regulamentação, quando chegou ao Senado. E quem não deixou fomos nós. O texto saiu da comissão especial de um jeito e, no plenário, eles modificaram. E mandaram o texto modificado. Nós conseguimos aprovar o texto que saiu da Comissão, impedindo que fossem retirados R$ 16 bilhões. Isso é atuação parlamentar comprometida”, explicou.
Inércia do Governo de Sergipe
Ainda, dentro do debate econômico, Rogério Carvalho pontuou sobre o abandono da Petrobrás com Sergipe e, consequentemente, a inércia do Governo em relação a série de fechamentos e hibernações no estado.
“A gente está estagnado. O Governo de Sergipe não toma nenhuma providência. Saímos de uma produção de 45 mil barris de petróleo por dia para próximo de zero. Hoje Sergipe produz praticamente zero barris de petróleo. Nós saímos de uma produção de quase 3 milhões de metros cúbicos de gás para quase zero, e ninguém ouve falar nada. Sabe o que significa isso na nossa economia? Desemprego. A Petrobras saiu e não vimos o Governo do Estado fazer nenhum movimento. Este governo é o pior governo da história de Sergipe. E não adianta, a gente não pode deixar de dizer que Belivaldo é uma catástrofe enquanto governador”, disparou.
“Qual a consequência disso? Temos 48% da população sergipana com uma renda menor do que R$ 500,00. Isso significa que metade da população sergipana está na linha da pobreza”, acrescentou.
Saúde
Dentro das discussões sobre saúde pública, o senador Rogério Carvalho, que é formado em Medicina, com especializações em Gestão Hospitalar, residência médica em Medicina Preventiva e Social, e Doutor em Saúde Coletiva, indagou sobre a lentidão do atendimento dado à população.
“Quantas mil mulheres estão esperando uma cirurgia de mioma? Quantas pessoas estão esperando um tratamento de câncer? Quantas pessoas esperando uma prótese, uma cirurgia de hérnia, de ombro, de joelho, de quadril? Quantas pessoas? Cadê o dinheiro da Saúde? Quando virei secretário da Saúde, não tinha dinheiro para chegar em setembro e, ao final do ano, a gente estava com 57 clínicas contratadas e ainda sobrou R$ 70 milhões para a gente inicia a construção dos novos hospitais. Com o mesmo dinheiro”, apontou.
Presentes
A reunião contou com representantes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias (Sindacs) de Umbaúba, Aquidabã, Neópolis e Tobias Barreto, Sindicato dos Empregados de Condomínio e Limpeza de Asseio do Estado de Sergipe, Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria, Restaurantes, Refeições Coletivas do Município de Aracaju (Sindhotre), Sindicato dos Empregados no Comercio Hoteleiro, Restaurantes e Refeições Coletivas de Sergipe (Sindechos), Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana e Comercial do estado de Sergipe (Sindelimp), Sindicato dos Moto Taxistas, Moto Fretes e Moto Entrega do Municipio de Aracaju (Simetafre), Sindicato dos Trabalhadores da Panificação do Estado de Sergipe (Sindipan) e, ainda, representantes de entidades ligadas aos servidores públicos dos municípios de Simão Dias, Tobias Barreto, São Cristóvão e Pacatuba, e do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do Município de Aracaju (Sintama), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada do Estado de Sergipe (Sintepav/SE), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas do Estado de Sergipe (Simese), Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis do Estado (Sinpospetro/SE), da Federação dos Pescadores do Estado de Sergipe (Fepese) e de associações ligadas aos trabalhadores da indústria têxtil dos municípios de Simão Dias, Nossa Senhora do Socorro e Poço Verde.
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Fonte: Assessoria de Imprensa