O presidente da França, Emmanuel Macron, foi reeleito neste domingo (24) para um novo mandato. Ele derrotou a candidata de extrema-direita Marine Le Pen.
Após a divulgação da projeção que mostrou a vitória de Macron, ele foi recebido por milhares de apoiadores que estavam reunidos nas proximidades da Torre Eiffel.
Ao discursar, o presidente reeleito reconheceu que os próximos cinco anos não serão fáceis e que será presidente de uma França dividida.
“Já não sou o candidato de alguns, mas o presidente de todos”, afirmou Macron, que também venceu Le Pen na eleição anterior.
A votação foi aberta às 8h no horário local (3h em Brasília) e encerrada às 20h (15h em Brasília).
Macron é o primeioro presidente reeleito na França desde o conservador Jacques Chirac (1995-2007).
Macron disse duas vezes que seu projeto é transformar a França em uma nação ecológica.
“Serei exigente e ambicioso, temos muito a fazer. A guerra na Ucrânia está aí para lembrar que a França deve levar sua voz e a clareza de suas escolhas e reconstruir sua força em todos os domínios, e nós faremos isso”, disse ele.
A desafiante ainda disse que a vontade de defender o que é francês foi reforçada, e que seus partidários já foram declarados mortos milhares de vezes, mas sempre foi errado, e que o cenário político francês está se recompondo.
A guerra às portas da União Europeia (UE) marcou a campanha eleitoral, embora a principal preocupação dos franceses seja o seu poder de compra, num contexto de aumento dos preços da energia e dos alimentos.
Além de escolher entre dois modelos de sociedade, os eleitores tinham nas mãos a escolha do lugar no mundo que querem para essa potência econômica e nuclear até 2027.
Le Pen propunha em sua campanha inscrever na Constituição a “prioridade nacional”, a fim de excluir os estrangeiros dos auxílios sociais, e defendia o abandono do comando integrado da Otan e a redução dos poderes da União Europeia.
Como foi a campanha
Em contrapartida, Macron defendeu uma Europa mais forte, seja em questões econômicas, sociais ou de defesa, e espera dar um novo impulso reformista e liberal à França com sua proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos, que em 2020 já gerou protestos em massa.
Uma das chaves para isso estará nas eleições legislativas que serão realizadas nos dias 12 e 19 de junho. De acordo com uma pesquisa divulgada na sexta-feira, 66% querem que Macron perca sua maioria parlamentar.
A última “coabitação” remonta ao período de 1997 a 2002, quando Chirac nomeou o socialista Lionel Jospin como primeiro-ministro.
Os primeiros-ministros social-democratas da Alemanha, Espanha e Portugal, bem como o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, manifestaram seu apoio a Macron durante a campanha.
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Fonte: G1, com informações da RTP Internacional