Delegados e chefes de divisão da Receita Federal entregaram seus cargos após cortes nos recursos previstos para o Ministério da Economia em 2022. O dinheiro que iria para a Economia poderá ser usado para viabilizar o reajuste de policiais.
Os auditores da Receita Federal deram início a um movimento de entrega de cargos de chefia após a aprovação do Orçamento de 2022, que prevê cortes na verba destinada ao órgão e reajuste salarial apenas a policiais federais, uma demanda direta do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco), 324 profissionais da categoria já entregaram seus cargos comissionados.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores (Sindifisco), foram 283 pedidos de dispensa até agora. A entidade afirmou à CNN nesta quarta-feira que, em algumas regiões fiscais, houve baixa de todos os delegados. São os casos de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba.
“Não é carta de intenção. É pedido de exoneração efetivo. Isso significa que o órgão de arrecadação do país puxou o freio de mão. Vamos esperar uma solução mas enquanto isso há um caos administrativo”, afirmou à CNN, Kleber Cabral, presidente da entidade sindical.
Os servidores da Receia Federal cobram do governo que conceda o pagamento de uma gratificação associada à produtividade, o que acabou não sendo incluído no orçamento aprovado nesta terça-feira. Para pressionar uma resposta do governo, a categoria vai realizar assembleia nesta quinta com indicativo de greve geral.
“Para dar reajuste a policiais, pegaram o orçamento do órgão que arrecada”, criticou Cabral.
O movimento pode impactar, de acordo com a categoria, em atrasos em processos da Receita Federal, sistemas de arrecadação de impostos e também em procedimentos aduaneiros na circulação de cargas e mercadorias.
Durante as negociações de aprovação do orçamento, o Congresso promoveu cortes e recomposições, sendo que R$ 1,7 bilhões foram reservados para reajustes que devem beneficiar as polícias ligadas ao governo federal.
Procurada pela CNN, a Receita Federal disse que não irá comentar a mobilização dos funcionários.
Quer receber as principais notícias do SE Notícias no seu WhatsApp? Clique aqui.
Acompanhe também o SE Notícias no Twitter, Facebook e no Instagram
Fonte: CNN Brasil