Preso em Curitiba desde abril de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu nesta sexta-feira, 26, uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo e ao portal do jornal El País. Depois do julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que confirmou sua condenação no caso do tríplex do Guarujá por unanimidade, mas reduziu sua pena e abriu possibilidade de progressão ao regime semiaberto em setembro, Lula disse que só deixará a prisão se for inocentado. “Eu ficarei preso 100 anos, mas não trocarei minha dignidade pela minha liberdade”, declarou o petista.
“Você pensa que eu não gostaria de estar em casa? Adoraria estar em casa com minha mulher, com meus filhos, meus netos, com meus companheiros, mas não faço nenhuma questão. Eu quero sair daqui com a cabeça erguida como eu entrei, inocente”, declarou o petista, que disse ter ido para a prisão com “muita tranquilidade”.
Indagado sobre se teme passar o resto da vida preso, o ex-presidente respondeu que “não tem problema”. “Tenho certeza que eu durmo todo dia com minha consciência tranquila, tenho certeza que o [procurador Deltan] Dallagnol não dorme e o [ex-juiz Sergio] Moro não dorme. E aqueles juízes do TRF4 que nem leram a sentença fizeram um acordo lá era melhor que só um tivesse lido e falado ‘olha, todo mundo vota igual’”, criticou.
Lula disse que, antes de ser condenado em segunda instância na Lava Jato e ter a prisão decretada, aliados o incentivaram a deixar o Brasil ou pedir asilo a uma embaixada estrangeira, possibilidades que rechaçou. “Eu tomei como decisão que meu lugar é aqui [no Brasil]. Tenho tanta obsessão de desmascarar o Moro, desmascarar o Dallagnol e a sua turma e aqueles que me condenaram, que eu ficarei preso cem anos, mas não trocarei minha dignidade pela minha liberdade. Quero provar a farsa montada”, disse.
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Redação Veja