Assim como o poeta Ferreira Gullar um dia escreveu que “o preço do feijão não cabe no poema”, hoje a inflação mostra ao povo brasileiro que o preço deste mesmo alimento pode não caber no bolso. O mês de fevereiro deste ano marcou uma elevação no preço do feijão em todas as capitais do país, alcançando alta de 91,65% em Aracaju. Tal resultado foi divulgado pelo Boletim Sergipe Econômico, com base nos dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que realizou pesquisa em 18 capitais brasileiras.
Para este mês o cenário não mudou, ainda de acordo com o DIEESE, a cesta básica agora em abril teve um aumento de 1,58% com relação ao mês anterior, ou seja, com essa alteração no percentual, o conjunto de alimentos essenciais na capital sergipana passou de R$ 379,61 para R$ 385,62.
Para o economista e superintendente do IEL/SE, Rodrigo Rocha, esse fenômeno ocorre porque “o valor da cesta básica é calculado a partir do levantamento dos preços de alguns itens considerados essenciais para o abastecimento do lar. Como o aumento do preço do feijão foi muito grande, com certeza teve um efeito significativo no crescimento do valor da Cesta Básica no início deste ano”, explica.
O grão faz parte da alimentação da maioria dos brasileiros e a elevação do preço, desde a primeira quinzena de fevereiro, tem provocado uma mudança de hábito na mesa da população, especificamente do povo sergipano, que trocou o feijão carioca pelo feijão preto no intuito de driblar o preço alto.
O economista enfatiza que um dos motivos que justifica o alto preço do feijão tipo carioca, o mais comum na mesa do sergipano, deve-se à “baixa oferta do grão e a redução da área semeada”. Ele acrescenta que, de acordo com o DIEESE, a diminuição na oferta está atrelada à migração dos produtores para outros plantios, como a soja e o milho, e também a problemas climáticos, que provocaram queda na qualidade do grão.
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Por Unicom/FIES