Vitor Belfort tentou se reinventar. Foi paciente no início da luta, jogou no contra-ataque e aguentou o quanto pôde a pressão de Kelvin Gastelum, adversário 14 anos mais jovem neste sábado no Centro de Formação Olímpica (CFO) em Fortaleza. Contudo, o veterano de 39 anos acabou nocauteado ainda no primeiro round, aos 3m52s, após cair duas vezes pelas mãos do americano de raízes mexicanas. Embalado pela vitória, sua segunda desde que subiu ao peso-médio, Gastelum foi ousado e desafiou Anderson Silva após a luta.
– Tem um cara que começou isso, é uma lenda como Vitor. Estou pronto para Anderson, em 3 de junho, no Rio – disparou o lutador, que pediu para a plateia cantar “Parabéns a você” para sua mãe, que aniversariou durante o seu camp de treinamento.
Belfort também pediu por uma luta no Rio de Janeiro, que será a última em seu contrato com o Ultimate, e deixou no ar que pode se aposentar em seguida.
– Eu tenho mais uma luta no contrato, gostaria de lutar na minha casa, no Rio de Janeiro, na minha cidade natal. Desculpa a todos pelo desapontamento, mas faz parte.
“Enturmado” com o povo brasileiro, Gastelum escolheu uma música de uma banda brasileira para sua entrada no octógono: “O coro vai comê!”, da banda Charlie Brown Jr, e empolgou a torcida cearense. O público, contudo, vibrou mesmo quando Vitor Belfort entrou no cage. Rapidamente, os gritos de “Vitor, Vitor” começaram a ecoar, e algumas vaias soaram durante o anúncio oficial das credenciais do americano, seguidas do canto de “Uh Vai Morrer”.
Belfort foi paciente no início da luta. Circulou, soltou um chute à meia altura e circulou mais. Causou frisson com um chute rodado na linha de cintura. Gastelum andava para a frente, e se arriscou a trocar socos com o brasileiro. Apesar dos 39 anos, Belfort mostrou ainda mãos velozes. Ele tentou surpreender com uma joelhada voadora, e levou perigo com um chute rodado alto, o mesmo que nocauteou Luke Rockhold em 2013.
Gastelum, porém, começou a encontrar a distância para seus golpes e encaixou um jab que marcou o rosto do carioca. O americano ganhou confiança, perseguiu Belfort e o mandou à lona com um cruzado de esquerda. Apoiado pela torcida cearense, o brasileiro aguentou o sufoco no chão, se levantou e partiu para cima, mesmo com o rosto ensanguentado. Não deu certo. Gastelum acertou mais uma combinação com um cruzado de esquerda certeiro, Belfort caiu, e o árbitro John McCarthy logo encerrou a luta.
Por Adriano Albuquerque, Raphael Marinho e Roberto Leite, Sport TV, em Fortaleza
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