Gibson Rodrigues diz que “flagrou” ex-mulher com outro homem em sua cama
O vereador Gibson Rodrigues da Cruz, conhecido como ‘Irmão Gibson’, de São Cristovão, prestou depoimento no final da manhã desta terça-feira, 31, ao delegado Deskson Almeida, na Delegacia daquele município. O vereador é acusado de agredir a ex-companheira Mara Santos Rodrigues da Cruz, na própria residência onde a mulher convive com o filho do casal, um garoto de 15 anos.
O vereador chegou à Delegacia de Polícia em uma caminhoneta acompanhado por dois amigos que não se identificaram e lá encontrou com o advogado Aloísio de Andrade Vasconcelos, que o orientou a conversar com jornalistas apenas depois do depoimento prestado ao delegado de Polícia.
Aos jornalistas, Irmão Gibson narrou que se sentiu desmoralizado por ter flagrado a ex-companheira no quarto da casa onde o casal morou por muito tempo fazendo sexo explícito com um jovem de 20 anos. “Flagrei ela fazendo sexo explícito na minha casa, na minha cama, numa casa que eu construí com o meu sacrifício”, disse, aos prantos. “E eu disse a ela que era pra ela respeitar a minha casa e aí começou a briga corporal”, revelou o parlamentar.
Ele admite que os hematomas que ainda permanecem no corpo da ex-companheira, especialmente no rosto, foi consequência da luta corporal travada por ambos. “Eu também estou com manchas no corpo”, alegou. O vereador confessou que quebrou a porta do quarto onde a ex-companheira estava, segundo ele, na companhia do jovem Vanderson Barreto de Oliveira, 20. “Puxei pelos cabelos e joguei ela na rua completamente nua”, confessou o vereador, observando que o grande hematoma existente no olho da ex-companheira teria sido consequência de uma luta corporal e que não teria sido murros, como alegam a vítima e as testemunhas arroladas. Ele diz que, no momento da briga, o cotovelo dele teria acertado o olho da ex-companheira.
O parlamentar revela-se desmoralizado, confessa que o episódio teria arruinado sua vida e que teria pensado em suicídio. Ele anunciou também que se afastará definitivamente da atuação político-partidária e revelou que os familiares de Mara Rodrigues tomaram partido em defesa dela porque todos deixaram de usufruir das mordomias que ele costumava proporcionar. Ele disse ainda que os dois em comum acordo estaria tentando reatar o romance, o que é negado pela vítima e também por pessoas da família dela.
Testemunhas
As testemunhas arroladas no inquérito policial já ouvidas na Delegacia de Polícia desmentem a versão do parlamentar. Entre as testemunhas, estão dois adolescentes com 15 e 16 anos e também uma criança com apenas 11 anos que estavam na residência quando o parlamentar chegou, por volta das 15h do último domingo, 29.
A criança de onze anos e a amiguinha, que possui 16, revelaram que o parlamentar chegou ao imóvel em silêncio, “na ponta do pé” e teria entrado na casa já em estado de agressividade. Elas informaram que Irmão Gibson “já chegou batendo” na ex-companheira dele.
Vanderson Barreto, acusado de ser o parceiro de Mara nas supostas “cenas de sexo explícito” que ele teria presenciado, nega envolvimento amoroso com a vítima.
Vanderson revelou à Polícia e aos jornalistas que estava na sala na companhia dos adolescentes disputando jogos em vídeo game e acabou assustado com o barulho que ele escutou vindo do quarto onde Mara Rodrigues se encontrava. “Ouvi um barulho como se alguém estivesse derrubando Mara e aí corri e vi ele agredindo com socos, tentei apartar, mas ele me bateu e eu saí correndo para chamar a família dela”, conta o jovem.
Na confusão, o outro garoto de 15 anos, que também brincava com o vídeo game e revelou ter presenciado cenas do espancamento, acabou sofrendo um hematoma em um dos dedos da mão. O garoto revela que o parlamentar teria batido a porta na mão dele no momento da confusão. “Se a gente não tivesse corrido, acho que ele teria batido na gente também”, diz a criança de onze anos.
A sobrinha da ex-companheira do parlamentar, Elaine Melo, revela que esta seria a terceira ocorrência envolvendo agressões praticadas pelo Irmão Gibson à Mara Rodrigues. No final do ano passado, Mara Rodrigues decidiu prestar queixa na Polícia e o nome da sobrinha figurou como testemunha no inquérito policial, mas ela revela que nunca recebeu intimação da Polícia para prestar depoimento.
Apesar de não estar no momento desta última agressão, Elaine será testemunha. Está marcado para esta quarta-feira, primeiro, o depoimento dela na Delegacia de Polícia. O delegado Deskson Almeida informa que o parlamentar foi liberado após o depoimento e que responderá em liberdade por agressão física associado à violência doméstica, baseado na Lei Maria da Penha. Ele pretende concluir o inquérito até a próxima sexta-feira, 3, à Justiça com pedido de medidas protetivas que o afastem do convívio com Mara e com os familiares dela.
Mara Rodrigues reagiu às declarações do ex-companheiro sem surpresa. Ela revelou que o parlamentar já tinha avisado a ela que iria adotar uma postura para difamá-la. “Ele disse a mim que iria fazer de tudo contra mim e que iria dizer que eu estava com outro na cama. Já era de se esperar tudo isso. Ele é uma pessoa fria e calculista e não tem nenhuma justificativa para esta agressão”, comentou.
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SE Notícias com informações de Cássia Santana – Portal Infonet