As vendas de veículos usados ficaram estáveis em 2016, segundo dados divulgados hoje (4) pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Foram vendidas 13,34 milhões de unidades, contra 13,35 milhões em 2015, uma redução de 0,07%.
Em dezembro, as vendas de usados registraram alta de 8,75% em comparação com o mesmo mês de 2015, com a comercialização de 1,36 milhão de veículos, desse total, 904,7 mil eram automóveis, 10,3% a mais do que o vendido em dezembro de 2015.
Em compensação, as vendas de veículos novos enfrentam forte queda, com retração de 20,29% em 2016 em comparação com 2015. Foram emplacadas 3,17 milhões de unidades ao longo do ano passado, contra 3,98 milhões de 2015.
As vendas de automóveis tiveram queda de 20,47% em 2016, com a comercialização de 1,68 milhão de unidades, contra 2,1 milhões do ano anterior. Em dezembro, foram emplacados 170 mil carros, o que significou alta de 14,32% sobre novembro e queda de 12% em relação ao mesmo mês de 2015.
Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção, o volume de vendas do ano passado leva o setor de volta ao patamar de 2006. “Nós tivemos PIB [Produto Interno Bruto] negativo. A economia estava estagnada e decrescendo.”
Para Assumpção, o comércio de veículos dificilmente voltará aos níveis registrados antes da crise. No entanto, o executivo acredita que há espaço para a recuperação das concessionárias. “Nós não temos almejado voltar aos 3,7 milhões [de automóveis novos], mas nós poderíamos chegar em 2,5 milhões ou 2,8 milhões, que é justamente o necessário. Até porque a frota é muito desgastada, velha”, ressaltou.
Ônibus e caminhões
Os ônibus e caminhões foram o setor com maior retração ao longo do ano passado. Em 2016, foram vendidos 13,6 mil ônibus, 32,92% menos do que em 2015; e 50,2 mil caminhões, queda de 29,92% em relação ao ano anterior.
As vendas de motos tiveram retração de 21,62% no ano passado na comparação com 2015. Foram vendidas 998 mil unidades em 2016 ante 1,27 milhão no ano anterior.
Para 2017, a previsão da Fenabrave é que as vendas de veículos sejam 3,11% maiores do que no ano passado. A expectativa é que a comercialização de automóveis cresça 2,31%, a de ônibus 4,4% e a de motos 4,4%.
Um dos fatores cruciais para que o setor volte a crescer, segundo Assumpção, é a redução do custo dos financiamentos. “Com a inflação na meta que já está anunciada, e se ela vier a ser decrescente neste ano, a queda dos juros se faz necessária. É o nosso pleito, não só para o setor, para a economia do Brasil”, disse. A Fenabrave defende a redução da taxa básica de juros pelo Banco Central para abrir espaço para uma queda dos juros ao consumidor.
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Da Agência Brasil