Quem trafega pela rodovia SE-100 (Barra dos Coqueiros – Pirambu) já se depara com um novo visual que, para os olhos mais sensíveis, pode representar um novo cartão postal para o litoral sergipano. É a Usina de Energia Eólica (UEE) Barra dos Coqueiros, com previsão de ser inaugurada oficialmente em janeiro, que já formata um novo panorama tanto para o litoral Norte do estado, quanto para o futuro de Sergipe, pelo que representa na geração de uma energia limpa, segura e ecologicamente correta.
A partir de um empreendimento do grupo Engevix, que contou com incentivos do Governo do Estado através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), a usina eólica terá capacidade de produzir 34,5 megawatts, que representa energia suficiente para abastecer uma cidade com 120 mil habitantes. Esta energia é produzida através dos aerogeradores instalados nas 23 torres a 100 metros de altura.
Os estudos para implantação do Parque Eólico foram iniciados em 2008. As obras no Parque iniciaram-se em outubro de 2011 e a instalação das turbinas iniciou-se em abril deste ano. A UEE Barra dos Coqueiros comercializou sua energia no primeiro leilão exclusivo de energia eólica do Brasil. A energia será contratada pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) como energia de reserva por um prazo de 20 anos.
Decisão Política
Essa conquista só foi possível graças à decisão política do governador Marcelo Déda, que transformou em estratégicas as ações voltadas ao incentivo e atração de investimento na área de energias renováveis, a energia solar e a própria energia eólica.
No caso específico da UEE Barra dos Coqueiros, o Governo do Estado ofereceu incentivo locacional, disponibilizando a área de 300 hectares, vizinha ao Porto de Sergipe, que já fora definida previamente para a atração de projetos ligados ao desenvolvimento do parque industrial sergipano.
O investimento total da obra é de R$ 125 milhões, com investimentos do Banco de Desenvolvimento da China, já que a empresa responsável pelo empreendimento utilizou toda a tecnologia e equipamentos originários daquele país.
Tesouro Nordestino
De acordo com o Atlas Eólico do Brasil, o regime de ventos encontrado em toda a costa do Nordeste brasileiro é um verdadeiro “tesouro” pouco explorado. O regime de ventos existente, e que se prolonga durante todas as estações do ano, permite a instalação de usinas eólicas em quase todo o litoral, com destaque para o litoral cearense, por sua posição geográfica.
Outro aspecto evidenciado por pesquisadores do tema é a viabilidade econômica de se explorar esse tipo de energia, onde a demanda de investimentos de grande porte se dá somente no processo de instalação, uma vez que os equipamentos, por sua evolução tecnológica, apresentam raros defeitos e baixa necessidade de manutenção e baixíssimo impacto ambiental.
Divisor de Águas
A exemplo do que representou para os sergipanos a chegada da energia elétrica a partir da usina de Paulo Afonso (BA), nos anos 1950, o governador Marcelo Déda também avalia a entrada em operação dessa nova usina como um divisor de águas na história sergipana. “Esse é um projeto importante para Sergipe, para o Nordeste brasileiro e para o Brasil. É com muita felicidade que podemos celebrar essa que é uma vitória da engenharia nacional, do estado de Sergipe e da política da presidenta Dilma Rousseff para o setor elétrico. Além das diversas fontes de energia que Sergipe dispõe hoje, contamos com mais essa fonte de energia que, além de tudo, é esteticamente bonita e ambientalmente limpa”, comemorou.
O governador levou em consideração a estratégia montada pelo Governo Federal em manter fontes de energia renovável como ‘reserva’ para os períodos de estiagem, a exemplo do que todo o Nordeste vivencia agora, onde não haverá riscos de desabastecimento elétrico ocasionado pela baixa dos rios que sustentam as usinas hidrelétricas, que são a base do abastecimento da região.
Desenvolvimento
Graças a uma ação articulada e baseada na ‘ferramenta’ do planejamento, o Governo do Estado trabalha de forma estratégica para assegurar aos sergipanos uma perspectiva de desenvolvimento sólida e que conta com novas descobertas na exploração mineral, com petróleo e carnalita, além de fontes de energia renovável.
A este novo ‘panorama’, também se somam o biodiesel e o etanol, para garantir a consolidação de um parque industrial modernizado, com garantia de abastecimento energético para novos empreendimentos e demandas da população, além da geração de renda e novos postos de trabalho.
Agência Sergipe de Notícias