Matheus Lombardi, do UOL, em São Paulo
A empresa Telexfree (Ympactus Comercial Ltda.), que está proibida de operar por acusação de praticar pirâmide financeira, divulgou uma nota, neste final de semana, na qual afirma que ofereceu cerca de R$ 660 milhões à Justiça como garantia para desbloquear as contas dos associados e poder voltar a fazer novos cadastros.
A movimentação de dinheiro da empresa está proibida pela Justiça desde o final de junho. A Telexfree também continua impossibilitada de realizar novos cadastros de divulgadores, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
Atuando no Brasil desde março de 2012, a Telexfree vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP, na sigla em inglês). Porém, segundo a acusação da Justiça, isso seria apenas uma fachada.
A empresa é investigada por indícios de formação de pirâmide financeira, modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.
De acordo com a Telexfree, o recurso ainda não foi analisado pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), pois os juízes que poderiam julgar o caso encontram-se de férias “e a magistrada substituta vive na cidade de Manoel Urbano, comarca 226 Km distante de Rio Branco”.
O UOL tentou entrar em contato com o TJ-AC, mas no final de semana não foi possível localizar nenhum funcionário responsável para confirmar as informações passadas pela empresa.