Por Adriana Meneses dos Santos*
A saúde mental é parte fundamental da nossa qualidade de vida, mas ainda é um tema que enfrenta barreiras como o medo, a vergonha e o silêncio. Muitas pessoas que enfrentam algum tipo de sofrimento psíquico evitam falar sobre o que estão sentindo. Algumas têm receio de parecerem fracas, de serem julgadas ou de preocuparem aqueles ao seu redor.
Esse silêncio, muitas vezes, é uma tentativa de preservar a própria imagem ou de proteger os outros. No entanto, quando o sofrimento se prolonga sem apoio, ele pode se intensificar e dificultar o enfrentamento da rotina, das relações e do próprio cuidado com a saúde.
É importante lembrar que todos estão sujeitos a vivenciar momentos de sofrimento emocional, independentemente da idade, profissão ou contexto de vida. Ansiedade, tristeza persistente, esgotamento e sensação de vazio são sinais que merecem atenção. E embora muitos ainda associem pedir ajuda com sinal de fraqueza, o acolhimento profissional é um recurso legítimo e eficaz para lidar com essas questões.
Há também aqueles que, após um ato extremo por parte de alguém próximo, convivem com o sentimento de culpa por não terem percebido o sofrimento que estava sendo vivido. É importante reforçar que nem sempre os sinais são evidentes. Algumas pessoas mantêm uma rotina aparentemente normal mesmo quando estão em profundo desgaste emocional. Isso não significa que os que estavam por perto foram negligentes, mas sim que precisamos fortalecer os espaços de escuta e reduzir os estigmas que envolvem o sofrimento psíquico.
Serviços como o CVV – Centro de Valorização da Vida, que atende gratuitamente pelo número 188, estão disponíveis para oferecer apoio emocional sigiloso. Além disso, psicólogos e psiquiatras são profissionais capacitados para auxiliar no enfrentamento de questões emocionais, comportamentais e cognitivas.
Falar sobre saúde mental de forma responsável é uma forma de prevenção. Estimular o diálogo, reconhecer os sinais de sofrimento e buscar apoio são atitudes que contribuem não apenas para o bem-estar individual, mas também para relações mais humanas e conscientes.
Procurar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim um passo importante para o cuidado com a vida. E ninguém precisa enfrentar sozinho aquilo que, muitas vezes, pode ser dividido e acolhido com segurança.
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Por Adriana Meneses dos Santos Psicóloga (CRP 19/4184), Jornalista e Pesquisadora