Por Leandro Canônico e Márcio Iannacca
Joanesburgo, África do Sul
Observações. Retorno de Fred à Seleção após lesões. Três gols de Neymar. Para o último jogo antes da convocação final para a Copa do Mundo, no dia 7 de maio, o resultado não poderia ter sido melhor para a equipe de Luiz Felipe Scolari. Na terra de Nelson Mandela, o Brasil venceu a África do Sul, no Soccer City, por 5 a 0 e mostrou que está no caminho certo para conquistar o hexa. Oscar e Fernandinho fizeram os outros.
O próximo compromisso do Brasil, que atuou nesta quarta-feira para mais de 51 mil pessoas, agora é após a convocação final para a Copa do Mundo. O time canarinho vai enfrentar o Panamá, no dia 3 de junho, no Serra Dourada, em Goiânia. A partida servirá de preparação para a Copa do Mundo. Três dias depois, no Morumbi, em São Paulo, a equipe de Felipão terá a Sérvia como rival.
Nesta quarta, a Seleção conheceu ainda as camisas que usará na Copa: a amarelinha, vestida no primeiro tempo, e o novo uniforme azul – agora com listras em diferentes tons da cor -, no segundo.
A atuação do Brasil no primeiro tempo deu para o gasto. O suficiente para abrir boa vantagem no placar, mas algumas falhas de marcação ficaram evidentes, principalmente por parte dos volantes Paulinho e Fernadinho. Enquanto o primeiro não repetia as boas atuações que o garantiram como titular de Felipão, o outro não conseguia ter um bom desempenho em sua estreia sob a batuta do comandante.
Mas o gol de Oscar aos 9 minutos fez com que tal situação não prejudicasse a atuação da equipe. O jogador do Chelsea foi lançado por Hulk, invadiu a área e deu uma cavadinha para vencer o goleiro Williams: 1 a 0. Julio César era acionado apenas em chutes de longa distância e em bolas alçadas na área. Lances que levantavam os torcedores sul-africanos que compareceram ao estádio para assistir ao amistoso.
O outro estreante com Felipão, o lateral-direito Rafinha não teve atuação de destaque. Ficou tímido, avançou muito pouco e ficou mais preso à marcação dos rivais. Por outro lado, a dupla de zaga formada por Thiago Silva e David Luiz mostrava a mesma segurança das Confederações. Perderam poucas bolas. Marcelo também esteve bem.
David Luiz e Marcelo, por sinal, protagonizaram uma cena diferente no estádio. Quando o zagueiro Khumalo desabou no gramado por conta de um problema no joelho, os dois jogadores ajudaram o departamento médico da equipe africana no atendimento ao jogador, que deixou o gramado por conta da lesão.
E foi justamente por conta do bom desempenho de maior parte do time que o Brasil conseguiu marcar mais um. Aos 40, Neymar recebeu na entrada da área, se deslocou com a bola dominada para o lado esquerdo e bateu cruzado. A bola passou por baixo das pernas do goleiro Williams e estufou a rede no Soccer City.
O Brasil voltou para o segundo tempo todo de azul, tudo para estrear o novo uniforme, que também será utilizado na Copa do Mundo. Antes do recomeço da partida no Soccer City, as primeiras mexidas de Felipão na equipe: saíram Paulinho, Oscar e Hulk para as entradas de Luiz Gustavo, Ramires e Willian.
A Seleção voltou ao campo de novo visual: com a camisa azul, lançada nesta quarta pela Nike (e com listras de diferentes tons). Em 29 segundos, Neymar fez o terceiro. Em contra-ataque, Fred deu um belo passe para o camisa 10 que, ao perceber a saída desesperada do goleiro Williams, tocou por cima para marcar mais um. Nem tinha dado tempo de o torcedor se ajeitar nas cadeiras do estádio após o intervalo.
Com a nova formação, Felipão pôde observar algumas variações. Luiz Gustavo entrou para atuar de primeiro volante. Com isso, Fernandinho ficou mais liberado, fazendo a função de Paulinho. Ramires ficou mais centralizado no meio de campo, com mais liberdade de atacar. Willian entrou para fazer o papel de Hulk e criar os lances pelo lado direito de ataque.
Aos 12, mais uma observação da comissão técnica. Felipão tirou Marcelo e improvisou Daniel Alves pela canhota. A substituição pode ser um sinal de que o comandante cogita levar apenas um lateral-esquerdo para a Copa do Mundo. Na coletiva da véspera do jogo chegou a afirmar que Luiz Gustavo também poderia atuar pelo setor.
Após um primeiro tempo em que trabalhou apenas em finalizações de fora da área, Julio César finalmente apareceu no jogo. Aos 17, Patosi dominou de frente para o arqueiro e finalizou. O camisa 12 se esticou todo e fez a defesa, evitando o primeiro gol dos sul-africanos. A partida ficou corrida. Os donos da casa passaram a pressionar o Brasil e a ter mais posse de bola. Tudo para diminuir o marcador e fazer a festa do torcedor em Joanesburgo.
A Seleção tocava a bola, deixava o tempo passar e, quando apertava a marcação, chegava com facilidade ao gol dos rivais. Em oportunidade clara, Daniel Alves recebeu sozinho pelo bico da grande área e finalizou em vez de tocar para Jô, que estava completamente livre na marca do pênalti. O goleiro Williams fez a defesa.
Mas aos 33, o goleiro sul-africano nada pôde fazer: Fernandinho arriscou de longe e acertou um belo chute, sem defesa para Williams, no canto direito, para marcar 4 a 0 no placar. Dois minutos depois, o volante do Manchester City tentou de novo de longe, mas a bola saiu à direita, assustando os donos da casa. O quinto foi de Neymar, já aos 45, na área, após toque de cabeça de Jô.
ÁFRICA DO SUL 0 x 5 BRASIL
Data: 05/03/2014
Estádio: Soccer City, em Joanesburgo (África do Sul)
Gols: Oscar, aos 9 minutos do primeiro tempo; Neymar, aos 40 minutos do primeiro tempo e aos 29 segundos do segundo tempo; Fernandinho, aos 33 minutos do segundo tempo; Neymar, aos 45 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo: Ramires
África do Sul: Williams, Nthete, Khumalo (Xhulu), Ngcongca, Rantie (Manyisa), Matlaba, Furmam, Jali (Zungu), Serero, Parker (Patosi) e Claasen (Ndlovu).
Técnico: Gordon Igesund
Brasil: Julio César, Rafinha, Thiago Silva, David Luiz (Dante), Marcelo (Daniel Alves), Paulinho (Luiz Gustavo), Fernandinho, Oscar (Ramires), Hulk, Neymar e Fred (Jô).
Técnico: Luiz Felipe Scolari