A atividade do nono dia de greve dos professores da rede municipal de São Cristóvão foi ocupar as galerias da Assembleia Legislativa. Eles foram buscar apoio dos deputados para intermediar a situação do magistério do município que está praticamente sem receber salários há três meses e mais da metade é alvo de processo administrativo.
A deputada Ana Lúcia usou a tribuna para relatar os problemas por quais passam os professores de São Cristóvão que estão sem receber salários de dezembro, décimo terceiro, em janeiro perderam quase 70% da remuneração e em fevereiro 252 dos 390 educadores que fazem parte da rede municipal não receberam salários. “Os professores estão sendo alvo de um pacote de maldades da prefeita Rivanda Farias associada a seu esposo Armando Batalha”, disse a deputada.
O argumento da prefeitura de São Cristóvão para o não pagamento dos salários é que os educadores estão sendo alvo de processo administrativo por abandono de emprego e a não entrega do plano de aula. Tal processo, na avaliação do sindicato, é uma manobra para desmobilizar a categoria e a assessoria jurídica do SINTESE já está entrando com um mandado de segurança para garantir o pagamento dos educadores.
Ela lembrou também o episódio da aprovação da lei que revogou os direitos dos professores conquistados a partir de 2010. Isso ocasionou o corte das gratificações dos professores e fez com o vencimento inicial retomasse aos patamares de 2010. Gratificações como regência de classe, atividade técnico-pedagógica e atividade técnico-administrativa passaram de 25% para 1%. Os professores tiveram perdas que chegam a 70% da remuneração.
“Os vereadores da oposição não tiveram acesso ao projeto para fazer análises e os parlamentares da bancada que apoia a prefeita Rivanda Farias votaram sem saber do que se tratava. Esperamos que a justiça reconheça o direito dos vereadores de analisar o projeto e que essa votação seja anulada”, afirmou a parlamentar.
A administração da prefeita Rivanda Farias, junto com seu marido, o secretário de Assuntos Parlamentares, Armando Batalha prioriza o desmonte da carreira dos professores, de querer arrasar com aqueles que têm a responsabilidade de socializar o conhecimento para os filhos e filhas dos trabalhadores.
Conversa com os pais e comerciantes
Nesta quinta-feira, 14, a partir das 19h no Espaço São de Festas em frente a Igreja Senhor dos Passos os educadores de São Cristóvão se reúnem com pais, alunos e também comerciantes de São Cristóvão. “Vamos dialogar com todos sobre os motivos da greve, pois nesta situação não só os professores são prejudicados, mas também suas famílias e o comércio local”, apontou Erineto Santos, professor da rede municipal de São Cristóvão e membro da direção executiva do SINTESE.
Ascom/Sintese
Na próxima sexta, 15, os educadores terão assembleia a partir das 9h no Centro Educacional Prado Meirelles. Na ocasião o SINTESE irá fazer a distribuição de cestas básicas.