O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu na última sexta-feira, 23, mãe e filhos acusados de matarem um homem identificado como Marcos Antônio dos Santos, 48 anos, morador da Rua B 4, loteamento Piabeta, em Nossa Senhora do Socorro. Marcos foi visto pela última vez no dia 8 de janeiro de 2015. De acordo com a delegada Juliana Alcoforado, três dias após o suposto desaparecimento do marido a mulher da vítima foi à Delegacia Plantonista e registrou um boletim de ocorrência.
Até a tarde de quinta-feira, 22, a Polícia Civil tratava o caso com um desaparecimento comum, mas tudo começou a mudar quando a 4ª Divisão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) recebeu uma informação por meio do Disque Denúncia (181) dizendo que Marcos estava morto e que havia sido assassinado pela mulher Adriana dos Santos, por seu filho biológico Michael Antônio dos Santos, 23 anos, e por seus dois enteados, Wellinghton Robert dos Santos Alves, 18 anos, e uma adolescente de 13 anos de idade.
Os policiais se deslocaram até a residência de Marcos em busca de indícios da suposta prática criminosa. “Desde o início percebemos certo nervosismo por parte do filho mais velho, que se contradisse várias vezes em relação a última vez que manteve contato com o pai. A esposa, Adriana dos Santos, mostrava-se bastante tranquila e insistia na versão de que o companheiro havia ido embora de casa, chegando até mesmo a afirmar que um conhecido o havia visto andando pelas ruas do Conjunto Albano Franco, também em Nossa Senhora do Socorro”, informou a delegada Juliana Alcoforado.
A polícia então passou a interrogar todos os membros da família para evitar que qualquer prova fosse perdida. “Estávamos intrigados com o fato de um homem sem histórico de alcoolemia, doença mental ou relacionamento extraconjugal, com emprego fixo e sem antecedentes criminais desaparecer assim sem deixar vestígios, e, ainda, fomos informados por colegas seus de trabalho que ele já havia manifestado receio em relação às constantes desavenças com a esposa”, explicou a delegada.
Após horas de interrogatórios cruzados, a polícia identificou diversas contradições nos depoimentos e foi levantada a informação de que o desaparecido estava morto e enterrado nos fundos da casa. Até a localização do cadáver, os familiares insistiam que sua morte havia sido um acidente.
“Como o corpo estava dentro de uma espécie de cisterna nos fundos da casa, pedimos apoio ao Corpo de Bombeiros para retirá-lo. A cisterna tinha apenas cerca de um metro de largura, o que dificultava muito o trabalho de cavar e retirar a terra e os entulhos do local. O cadáver estava a mais de dois metros de profundidade e a cisterna havia sido completamente preenchida com pedras e areia. Chegou-se a determinado ponto em que os bombeiros correriam risco de serem sugados para o fundo quando o corpo fosse retirado. Foi utilizada uma retroescavadeira e o trabalho se estendeu durante a noite ”, explicou Alcoforado.
Após todo o trabalho foi encontrado o corpo da vítima que estava em estado de putrefação, mas com evidentes lesões de facadas no peito e com a cabeça decepada do corpo, toda esfacelada. Junto a ele estavam uma espécie de tapete que ficava no chão do local onde foi executado e o bastão de ferro utilizado para bater em sua cabeça até a completa destruição.
Após a confirmação da morte, houve grande revolta da população local, que a todo custo queria a exposição de Adriana para apedrejá-la. Foi necessário reforço policial para a retirada da principal suspeita do local. Após a retirada do corpo e a prisão dos familiares, a população depredou a residência.
Os suspeitos foram encaminhados ao DHPP, onde foi formulada a prisão em flagrante por ocultação de cadáver. “Ficou comprovado que na verdade toda a ação criminosa foi premeditada, planejada e executada por Adriana e seus filhos Michael, Wellington e a adolescente de 13 anos, destacou a delegada.
O crime
Em depoimentos, os rapazes alegaram que um dos motivos do crime bárbaro é porque foram muito maltratados pelo pai quando criança, fato negado por vizinhos e familiares da vítima. No entanto, a delegada ressalta que na verdade a motivação para o crime seria a divisão da casa onde o casal vivia com os filhos. “A casa era de Marcos só que Adriana exigia a divisão e disse que só desocuparia o imóve se recebesse R$ 20 mil. Como não obteve sucesso ela arquitetou a morte do marido e convenceu os filhos a matar o próprio pai”, explicou
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Informações da SSP/SE