Um estudo sobre drogas sintéticas e seus impactos no organismo humano, desenvolvido em colaboração por peritos da Polícia Científica de Sergipe, Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT) e Polícia Federal (INC/PF) e por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade de Brasília (UnB), foi publicado neste mês na revista Forensic Science International, um dos periódicos de maior impacto na área das ciências forenses.
O estudo foi realizado durante cinco anos – 2014 a 2019. A pesquisa apresentou o panorama das drogas sintéticas em 17 cidades da Bahia e Sergipe. As análises de drogas sintéticas – fruto de mais de 120 apreensões feitas pelas policiais locais – demonstraram a variedade das substâncias comercializadas de forma ilícita na região.
O perito criminal Ricardo Leal, um dos pesquisadores, destacou que esse é o terceiro artigo publicado em relação ao estudo. “Nesse longo estudo, nós investigamos quais substâncias, quais drogas sintéticas circulavam nesses dois estados, a quantidade da droga em comprimido e se essas substâncias estavam sendo consumidas, além de suas relações com casos pós-morte. Como foi uma grande quantidade de dados, publicamos uma série de artigos”, enfatizou.
No estudo, os peritos e pesquisadores identificaram 19 novas substâncias psicoativas (NSP), além do principal componente do ecstasy (MDMA), presente na maioria dos comprimidos apreendidos pela polícia.
Em alguns casos, em que ocorreram intoxicações graves resultando em mortes com o uso dessas substâncias, os peritos e pesquisadores comprovaram o uso de drogas sintéticas, após a realização de análises toxicológicas em material biológico das vítimas.
Conforme a pesquisa, o relato mais importante ocorreu em 2017, com a morte de um jovem de 32 anos em Aracaju, após fazer o uso de N-etilpenilona, uma catinona sintética encontrada pela primeira vez no Brasil em 2016. A substância foi identificada em cristais e comprimidos de ecstasy apreendidos em diversos estados do Brasil, inclusive na Bahia e em Sergipe.
Ainda de acordo com o trabalho dos peritos e pesquisadores, outros casos fatais ocorreram nos anos de 2019 e 2020, com o uso de clobenzorex por vítimas de acidentes de trânsito em rodovias; além de ecstasy (MDMA), em ocorrências de violência sexual e suicídio.
Ricardo Leal concluiu ressaltando a importância da colaboração de peritos e pesquisadores para a elaboração do estudo. “Essa parceria entre as instituições foi bem importante pois todos contribuíram de alguma forma. Esse trabalho aconteceu com estrita colaboração entre todos os peritos e pesquisadores e os resultados foram muito promissores”, finalizou o perito criminal da Polícia Científica de Sergipe.
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Fonte: SSP/SE