Em seu segundo mandato de deputado estadual, o ex-prefeito de Itabaiana, Luciano Bispo (PMDB), assumiu a presidência da Assembleia Legislativa de Sergipe, garantindo que a casa irá discutir os temas que interessam à sociedade. Para isso, ele já está fazendo um levantamento dos projetos de lei que tramitam na casa e deverão ser analisados ao longo do ano. Sobre as verbas de subvenção, Bispo explicou que já está discutindo o tema com outras instituições, tudo para garantir que os recursos cheguem legalmente às entidades que prestam um serviço relevante à sociedade. Ele também garantiu que não irá tentar um quinto mandato de prefeito na sua terra natal: não será candidato em 2016. Leia a seguir a conversa completa.
BLOG DO MAX – O Senhor esperava ser eleito por unanimidade na presidência da Assembleia Legislativa? Como conseguiu isso, manteve conversas com os outros nomes que pretendiam disputar a presidência?
Luciano Bispo – Graças a Deus, o resultado conquistado foi construído na base do diálogo permanente com todos os colegas deputados. Sim, conversamos com todos e mostramos a necessidade de sairmos dessa eleição com o Poder Legislativo unido, e foi isso que aconteceu.
BM – Quais são seus planos para a Assembleia? O que teremos de novidades?
LB – Fortalecer o Poder Legislativo. Fazer com que ele seja de fato o Poder do Povo, e esta missão não é só minha. Ela é de todos os 24 deputados estaduais, legitimamente eleitos pelos sergipanos para lhes representar. Quanto às novidades, nós já estamos colocando em prática o diálogo permanente com as instituições e com os cidadãos, de forma aberta e verdadeira. Nós vamos discutir os temas de interesse da Sociedade e buscar ajudar na construção das soluções.
BM – Pretende investir mais em comunicação e transparência? A Assembleia é hoje uma casa um pouco fechada, onde não se tem acesso a dados importantes.
LB – Temos conversado com todos os nossos colegas, para que eles fortaleçam as suas assessorias de comunicação. Isso é fundamental para fortalecermos os laços com suas bases eleitorais. Hoje com o avanço das rede sociais e do acesso às informações, nós agentes públicos precisamos conversar diretamente com as pessoas que confiaram na gente. Uma coisa todos nós já decidimos em conjunto, a Casa do Povo estará aberta para as discussões dos grandes temas.
BM – E as verbas de subvenção, como ficarão? Continuarão sendo distribuídas normalmente?
LB – Estamos conversando muito com todos os deputados estaduais e com as instituições diretamente envolvidas nessa questão, como o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário. Nós faremos o que estiver dentro da legalidade. No entanto, não abrimos mão de continuarmos ajudando as instituições sérias, prestadoras dos serviços sociais que beneficiam milhares de sergipanos.
BM – O aumento no salário dos deputados já foi autorizado? Foi na sua gestão ou na de Zé Franco/ Angélica?
LB – Essa questão dos salários dos deputados é constitucional e ela é definida sempre pela legislatura que termina. A situação das Assembleias Legislativas é vinculada à Câmara Federal e equivale a 75% dos vencimentos dos deputados federais.
BM- Falando em Zé Franco, o senhor confirma que no período em que comandou a casa ele tomou medidas administrativas polêmicas, como liberar a própria verba de subvenção? O que mais ocorreu?
LB – Sobre as ações dos ex-presidentes desta Casa coube a cada um deles agir de acordo com as suas consciências. A liberação da verba social que o presidente autorizou foi um ato legal, até porque ainda não havia a recomendação da suspensão, decisão essa que foi acatada por nós, até avaliarmos o teor da decisão e discutirmos com o Poder Judiciário, que devo lembrar, não é contra a aplicação dos recursos.
BM – A Assembleia Legislativa pretende pagar o salário dos seus aposentados? O governo do estado continua pagando essa conta? Quanto isso representa hoje?
LB – Essa é uma discussão que faremos junto com o Governador, responsável pelo Poder Executivo. Mas devo informar que a questão da previdência dos servidores não é tão simples. Nós temos acompanhado a situação, não só aqui em Sergipe, mas no Brasil. Devemos ter muita cautela para preservar os direitos dos trabalhadores, mas com o equilíbrio das contas públicas. Esse é o desafio.
BM – Quais são os planos do seu grupo político para Itabaiana, em 2016? O senhor ou Arnaldo Bispo podem ser candidatos? E o secretario Olivier, pode ser o nome apoiado por Luciano Bispo?
LB – Eu posso garantir que não serei candidato a prefeito de Itabaiana em 2016. Graças a generosidade do povo que eu quero bem e que me quer bem, já fui prefeito por quatro mandatos e hoje estou como deputado estadual pela segunda vez. Nosso Grupo vai reconquistar a prefeitura de Itabaiana para devolvê-la ao Povo, principalmente aos mais carentes, que estão sendo maltratados pela atual gestão, que não dá atenção na saúde básica e na assistência social. Quanto ao meu irmão Arnaldo Bispo, ele é quem vai decidir qual o seu futuro político. Seja qual for, terá meu total apoio. Olivier Chagas é um amigo, muito correto conosco e tem um grande desafio à frente da política ambiental de Sergipe, convocado pelo governador Jackson Barreto.
BM – Como estavam as finanças da Assembleia, já deu para analisar?
LB – Ainda estamos tomando pé da situação, analisando todos os dados financeiros e analisando as despesas para fazermos as correções necessárias.
BM – Qual será a pauta da Assembleia em 2015? Já existem projetos importantes tramitando na casa?
LB – Já mandei fazer um levantamento sobre o que estava em tramitação, vamos conversar com os colegas que foram reeleitos para definirmos uma programação sobre o que a Casa estava discutindo e claro, recebermos as propostas dos novos parlamentares. Tenha certeza que todos terão a mesma atenção da Mesa Diretora deste poder legislativo.
BM – Há reclamações de parlamentares da oposição e situação, de que seus projetos não entram em pauta para serem votados. Isso será resolvido?
LB – Na nossa gestão, os projetos passarão por uma ampla discussão já nas Comissões, que é onde eles devem ser debatidos, em especial com a Sociedade, antes de chegarem ao plenário da Casa, onde caberá aos 24 deputados aprovarem ou não o que for proposto. Essa casa é de iguais e não haverá discriminação de nenhum parlamentar, eleito de forma legitima pelos sergipanos.
Por Max Augusto, Blog do Max