Criados com a proposta de ser uma alternativa aos riscos à saúde causados pelos cigarros tradicionais, os eletrônicos também são nocivos e cancerígenos, conforme alerta estudos teóricos e práticos que baseiam exames e laudos periciais feitos pela Polícia Científica em Sergipe. Em apenas 15 dias, no último mês de outubro, o Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) identificou que 86% das amostras analisadas continham substâncias como a nicotina, mesmo componente que compõe os cigarros tradicionais.
Para entender os riscos do uso dos cigarros eletrônicos, é preciso compreender o que são esses materiais que têm sido difundidos não apenas entre o público mais jovem, mas também entre os adultos. “Os cigarros eletrônicos são dispositivos criados para substituir os cigarros comuns à base do tabaco. Hoje, eles são conhecidos como pods ou vaporizadores ou, apenas, vape”, explicou o perito criminal do IAPF Nailson Correia.
Por serem proibidos, as ações de segurança pública também resultam na apreensão desses vapes, vaporizadores e pods. “Então, nesses últimos quinze dias [no período que abrangeu o fim do mês de outubro de 2023], no IAPF, foram analisadas 123 amostras de material, dispositivos eletrônicos, apreendidos pela Polícia Civil. Desses, nós verificamos que 86% deles contém substâncias que nos causam preocupação, como a nicotina”, detalhou.
Substâncias de risco
Dentre as substâncias que compõem os cigarros eletrônicos, Nailson Correia destacou a nicotina, que é viciante e também está presente nos cigarros tradicionais. Mas não é apenas a nicotina que está dentre as substâncias que colocam em risco a saúde humana. “Encontramos também o propilenoglicol que, quando é aquecido, se transforma em formaldeído que é muito conhecido por ser uma substância carcinogênica”, explicou.
Além da nicotina e do propilenoglicol, há a presença de substâncias nos cigarros eletrônicos. “Encontramos também, na grande maioria das amostras, o glicerol que, quando aquecido se transforma em acetaldeído, que é uma substância tóxica, além do etilenoglicol que, dependendo dos intemperismos, é uma substância explosiva. Também há metais pesados, conforme também descreve a literatura científica”, acrescentou Nailson Correia.
Também dentre as substâncias que estão presentes nos vapes, vaporizadores e pods, Nailson Correia elencou os ésteres. “São substâncias extremamente nocivas, e vale o alerta de que fazem mal à saúde e são viciantes. Também são colocadas nesses cigarros eletrônicos substâncias como os ésteres para atingir principalmente o público jovem, por isso também recomendamos a atenção dos pais”, complementou o perito criminal.
Venda é proibida
No Brasil, conforme a resolução nº 46, de 28 de agosto de 2009, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANS), é proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos como cigarro eletrônico. Por isso, as polícias Civil e Militar fazem a apreensão desses materiais durante as ações e operações em Sergipe.
Denúncias
Por serem proibidos no país, a Polícia Científica solicita que as pessoas que identificarem a comercialização de cigarros eletrônicos, como os pods, vaporizadores e vapes, comuniquem às polícias Civil e Militar. Em casos de flagrante, as denúncias podem ser feitas à Polícia Militar, por meio do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp – 190). Os casos recorrentes podem ser denunciados de forma anônima pelo Disque-Denúncia (181).
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Fonte: SSP SE