Na manhã desta segunda-feira, 13, um grupo formado por dezenas de lojistas se reuniu na Praça General Valadão, no Centro de Aracaju, em um ato pela reabertura do comércio. Vestindo preto e segurando faixas, eles criticaram a recente decisão da Justiça Federal que suspendeu o plano de retomada da economia do Governo do Estado.
Segundo os lojistas, o ato representou um pedido de socorro, uma vez que a maioria dos estabelecimentos está fechada há quase 120 dias, desde quando se iniciou a quarentena provocada pelo coronavírus. Sem poder comercializar, muitos estão passando por dificuldades, inclusive com a possibilidade de fechamento definitivo das empresas.
“Esse é um pedido de socorro. Entendemos que não podemos continuar com nossas obrigações em dia sem faturamento. Por isso, estamos entregando, de maneira simbólica, as chaves das nossas empresas ao Poder Público e ao Judiciário porque não conseguimos administrá-las da forma que as coisas estão postas”, afirmou o empresário Maurício Vasconcelos.
Vários foram os relatos sobre a possibilidade de demissões em massa. Ao final, os participantes colaram na porta dos seus estabelecimentos um adesivo informando o número de empregos que as empresas geram e que correm perigo diante das circunstâncias. Obviamente que um cenário como esse preocupa também os funcionários do comércio.
Robério Silva, gerente de uma loja no Centro, demonstrou preocupação. “São 26 anos trabalhando no comércio e nunca tinha visto uma situação como essa. Chegamos ao caos, com o desemprego crescendo. Pedimos misericórdia ao poder público por que não há mais o que fazer a não ser fechar as portas e ver centenas de pais de famílias desempregados”, apelou.
O plano de retomada da economia, buscando a reabertura gradual das atividades por segmentos, foi iniciado pelo Governo do Estado no dia 29 de junho, com a implantação da primeira fase. Contudo, na semana passada, a juíza titular da 1ª Vara Federal de Sergipe, Telma Maria Santos Machado, suspendeu a portaria que permitiu a flexibilização.
Os comerciantes criticaram a decisão, uma vez que o comércio não é o culpado pelo aumento dos casos e que as medidas impostas a eles só têm trazido prejuízos para todos os setores. “Existem mais de 800 lojas nos cinco shoppings do Estado. Dessas, 200 já estão fechadas em definitivo, o que representa 1500 empregos perdidos”, lamentou o empresário Paulo Escariz.
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Por Daniel Almeida Soares, da assessoria de imprensa