O julgamento da apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), marcado para a próxima quarta-feira na sede do órgão, em Porto Alegre, será transmitido em vídeo pelo Youtube. É a primeira vez que a corte exibe um julgamento de um réu que recorre contra sentenças do juiz Sergio Moro na Operação Lava-Jato.
A informação foi confirmada pela assessoria do TRF-4, que ainda não deu detalhes da transmissão. . O tribunal já havia exibido outros julgamentos, mas nunca nas audiências de casos criminais.
O TRF-4 informa que faz transmissões de sessões em seu site desde 2015 e em seu canal no Youtube desde 2012.
A 8ª Turma do Tribunal, que responde pelas análises das apelações das sentenças da Lava-Jato, deverá analisar o recurso apresentado pela defesa de Lula e dos demais réus no processo. Em primeira instância, o juiz Sergio Moro condenou Lula a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex do Guarujá.
O julgamento da apelação criminal do ex-presidente e mais seis réus condenados na ação começará às 8h30m. Será a primeira sessão desta turma em 2018 e a 24ª apelação julgada pelo TRF-4 contra sentenças nas ações derivadas da Operação Lava Jato.
A sessão será aberta pelo desembargador Leandro Paulsen, presidente a 8ª Turma. Em seguida, o relator, desembargador João Pedro Gebran Neto, fará leitura do relatório do processo. O primeiro a se manifestar será o Ministério Público Federal (MPF), responsável pela acusação, que terá 30 minutos.
Além de Lula, foram condenados também o ex-presidente da OAS, José Aldemario Pinheiro Filho (10 anos e 8 meses de prisão), o ex-diretor da área internacional da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros ( 6 anos). Paulo Okamotto, ex-presidente do Instituto Lula, foi absolvido mas apelou e pediu troca dos fundamentos da sentença. O Ministério Público Federal recorreu contra a absolvição de outros três executivos da OAS: Paulo Roberto Valente Gordilho, Roberto Moreira Ferreira e Fábio Hori Yonamine.
Depois do MPF, se pronunciam os advogados de defesa de todos os réus. Cada um deles tem 15 minutos para falar e reforçar seus argumentos.
Ao término das manifestações das defesas, Gebran lê seu voto e passa a palavra para Paulsen, que é revisor do processo e profere seu voto. O último a apresentar seu voto é o desembargador Victor Laus. Paulsen proclama o resultado. Caso haja pedido de vista, o julgamento é adiado para sessão futura.
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Matéria publicada originalmente no Jornal O Globo