Muito se fala que criança precisa de vigilância constante. Seja para evitar acidentes físicos ou para diminuir as travessuras, os olhos devem estar sempre voltados para impedir que se machuquem gravemente. O acesso facilitado a produtos de limpeza, por exemplo, pode gerar prejuízos à saúde dessas crianças. De acordo com o Sistema de Informações Toxicológicas da Fiocruz, os casos de intoxicação por produtos como estes ocupam a segunda posição no ranking, ficando atrás apenas das intoxicações por medicamentos. No Brasil, aproximadamente 9.507 crianças são vítimas de intoxicação todos os anos. Desse total, mais de 18% são por envenenamento com produtos de limpeza.
Em Sergipe, nos seis primeiros meses deste ano foram registrados 8 casos de intoxicação em crianças entre 0 e 4 anos de idade. De acordo com Antônio Venâncio, coordenador do Centro de Informação e Investigação Toxicológica (Ciatox) da Secretaria de Estado da Saúde, apesar de um número pequeno, o índice acende um alerta para os pais. “Com tanta informação que existe nos dias de hoje, não dá para entender como ainda chegamos nesse ponto. É preciso que os pais tenham vigilância constante com as crianças, afinal, o ideal é não ter nenhum caso desse tipo”, afirmou o coordenador.
Antônio Venâncio explica ainda que os pais ou responsáveis podem tomar medidas simples para evitar acidentes como esses. “É importante que os pais mantenham todos os produtos de limpeza longe do alcance das crianças, seja colocando em locais altos ou guardados fechados com chave, inclusive, esta última é a mais aconselhável. Além disso, é importante que os pais evitem comprar produtos de limpeza artesanais e que ficam guardados em garrafas pets. Isso porque as crianças tendem a confundir com refrigerantes. E o mais importante: evitar ao máximo que as crianças tenham contato com esses produtos”, disse.
Em uma situação de intoxicação por produtos de limpeza o mais indicado é que os pais levem a criança imediatamente para uma unidade hospitalar para que sejam feitas as medicações necessárias para a retirada do material do organismo. Independentemente de qual seja o produto ingerido, os especialistas explicam que nenhuma medida paliativa deve ser feita em casa, mesmo tentativas simples como dar água ou leite para a criança, isto por que alguns materiais químicos tendem a reagir com outras substâncias e agravar ainda mais a situação do paciente. Nestas situações, o aconselhável é tirar a roupa da criança e encaminhá-la imediatamente para o atendimento médico.
Em caso de emergência, o estado de Sergipe oferece um serviço de orientação por telefone através do número 0800 722 6001. O serviço é gratuito e disponível 24 horas por dia. Quem necessitar pode tirar dúvidas sobre assuntos relacionados aos diversos tipos de intoxicação. “Este é um serviço muito importante para toda a população sergipana. Aqui nós disponibilizamos um profissional de plantão para tirar as dúvidas de qualquer pessoa a qualquer hora do dia. Com isso, podemos salvar mais vidas e evitar que alguns acidentes por intoxicação sejam agravados”, explicou Antônio Venâncio.
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Por ASN