Prestes a completar 100 anos de história, o Hospital de Cirurgia (HC) – unidade referência em procedimentos de média e alta complexidade para o Sistema Único de Saúde (SUS) – mantém até aqui o seu pioneirismo na saúde sergipana. Prova disso é que, recentemente, a instituição hospitalar realizou a primeira cirurgia cardiovascular minimamente invasiva de Sergipe.
A cirurgia cardiovascular minimamente invasiva é uma técnica que faz uma mini incisão de alguns centímetros apenas na região do tórax. Já na cirurgia cardíaca convencional as incisões chegam a 25 centímetros. Esse tipo de abordagem para tratamento cardíaco vem ganhando espaço em grandes centros de saúde, uma vez que proporciona benefícios importantes aos pacientes.
Benefícios
Médico responsável pela primeira cirurgia cardiovascular minimamente invasiva de Sergipe, Dr. Wilson Felix explica os benefícios da técnica do ponto de vista da recuperação da saúde do paciente e da estética. Ele é especialista na área pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e pós-graduado na técnica de cirurgia minimamente invasiva. Além dele, compuseram a equipe médica da operação os cirurgiões Dr. Roberto Cardoso e Dr. Ivan Espínola, e a anestesista Dra. Luiza Azevedo.
“A cirurgia cardiovascular minimamente invasiva proporciona ao paciente um menor tempo de internamento hospitalar e uma recuperação mais rápida, com um retorno precoce às atividades laborais e físicas, visto que a técnica evita, consideravelmente, os índices de sangramento, hemotransfusão, infecções, dores no pós-operatório. São resultados muito interessantes. Além do mais, proporciona uma melhor estética, pois a cicatriz é pequena”, informa o Dr. Wilson Felix.
Perfis selecionados
O cirurgião explica ainda que a técnica não é recomendada para todos os pacientes. “Trata-se de uma opção terapêutica segura para determinados perfis bem selecionados. Alguns perfis, a exemplo dos coronarianos, multiarteriais com necessidade revascularização de três, quatro pontos, ainda não conseguem ser submetidos a minimamente invasiva. Nesses casos, a cirurgia convencional é o padrão ouro”, diz.
O Dr. Wilson Felix destaca que a cirurgia cardiovascular minimamente invasiva é um mundo novo e o HC desponta nesta técnica em Sergipe. “O Cirurgia é o berço da cardiologia do estado, principalmente na cirurgia cardiovascular. Atualmente, temos um volume muito grande de cirurgias cardíacas. Aqui tivemos e temos grandes expoentes da área, como o Dr. José Teles de Mendonça. Foi ele que fez o primeiro transplante cardíaco do Norte e Nordeste. Aqui no HC tivemos também a primeira ECMO e, agora, a primeira cirurgia minimamente invasiva. Isso nos deixa com muito orgulho”, afirma.
1º paciente operado
O primeiro paciente contemplado com a cirurgia cardiovascular minimamente invasiva em Sergipe foi o agricultor Edson Bispo dos Santos, 50 anos, do município de Itabaianinha, para troca de válvula aórtica. Ele passou pelo procedimento cirúrgico no HC no dia 21 de dezembro e teve alta alguns dias depois.
“Após sentir uns sintomas, procurei um médico que me encaminhou para o Cirurgia. No Ambulatório do hospital, fui bem atendido por doutor Wilson, que se comoveu com o meu caso, me encaminhou para a cirurgia e disse que tinha uma nova técnica que iria utilizar no meu procedimento. E, graças a Deus, estou aqui bem. Agradeço muito ao doutor Wilson e ao hospital pelo carinho e pelo cuidado comigo”, relatou Edson Bispo.
Pioneirismo e referência
Desde a fundação em 1926, o Hospital de Cirurgia promove em Sergipe diversas inovações na área da saúde, sobretudo, na cardiologia. Foi no HC que ocorreu a primeira cirurgia cardíaca, o primeiro implante de marca-passo, o primeiro transplante cardíaco da Região Norte e Nordeste do Brasil, o primeiro tratamento com Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO).
O Hospital de Cirurgia também implantou o primeiro Laboratório de Hemodinâmica – sendo o responsável pelo primeiro cateterismo – e formou dezenas de cardiologistas e cirurgiões cardiovasculares, ao fundar a Residência Médica nas duas especialidades em Sergipe, na década de 1980.
“Quando assumimos a gestão do HC, por meio da Intervenção Judicial, em 2018, as cirurgias cardíacas estavam paralisadas há mais de 60 dias. Mas, graças a um trabalho com muito foco e comprometimento, revitalizamos o Serviço de Cardiologia. E, hoje, com muita satisfação, o Cirurgia, que é berço da Cardiologia em nosso estado, desponta com esta técnica de cirurgia cardiovascular minimamente invasiva”, destaca a interventora judicial do HC, a enfermeira Márcia Guimarães.
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Assessoria de Comunicação
Hospital de Cirurgia