O goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, de 32 anos, se apresentou à delegacia de Varginha, na Região Sul de Minas Gerais, na noite desta terça-feira depois que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu revogar a soltura do atleta. Porém, ainda não tinha nenhum mandado de prisão expedido contra ele. Por causa disso, o atleta foi liberado.
De acordo com a Polícia Civil, o goleiro chegou na Delegacia Regional de Varginha por volta das 17h50 acompanhado do diretor do Boa Esportes, Rone Moraes. Como o documento não havia sido expedido, o goleiro assinou um termo de compromisso se comprometendo a se entregar no Fórum da cidade nesta quarta-feira. O horário da entrega não ficou definido.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu revogar a soltura do atleta, condenado pela morte de Eliza Samudio, concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello. O julgamento do mérito do habeas corpus foi julgado na tarde desta terça-feira.
O advogado Lúcio Adolfo da Silva, que representa o jogador, se manifestou no início do julgamento. Ele falou que a morosidade no processo foi culpa do Ministério Público. Além disso, disse que Bruno está trabalhando para sustentar os três filhos. Também relatou que o que pesa contra o atleta é a repercussão do caso.
Os argumentos não foram suficientes para convencer os ministros. O relator do processo, Alexandre de Moraes foi o primeiro a votar contra o habeas corpus. Em seguida foi a vez da ministra Rosa Weber, que também voltou contra a soltura. O ministro Luiz Fux foi na mesma linha.
O goleiro deixou a cadeia em 24 de fevereiro, depois que o ministro Marco Aurélio deferiu um pedido de soltura feito pela defesa. Pouco depois, assinou contrato com o Boa Esporte, de Varginha, no Sul de Minas, em uma negociação cercada de polêmica, que levou ao afastamento de todos os patrocinadores do clube. Bruno ficou preso por seis anos e sete meses, desde julho de 2010, inicialmente por medida cautelar e depois preventiva, após ser apontado como mandante do sequestro, cárcere privado e morte de Eliza Samudio, em junho daquele ano.
João Henrique do Vale /Estado de Minas