Os rubro-negros esperaram 35 anos para rever ou ver pela primeira vez o Flamengo na semifinal da Libertadores. O empate, por 1 a 1, no Beira-Rio, gols de Lindoso e Gabigol, cumpriu a meta e devolveu ao torcedor que se deliciou com a geração de Zico e também o que não viu a oportunidade de conquistar o título continental, que virou uma obsessão. O Grêmio será o adversário.
Com a vantagem no placar de 2 a 0 construído no Maracanã, o Flamengo não se limitou ao ‘bônus’ garantido pelo regulamento e usou e abusou de sua veia ofensiva em Porto Alegre. Sob pressão e ciente do risco de deixar espaço para o quarteto Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol, o Internacional sentiu o peso da postura do visitante de buscar o gol.
Logo nos primeiros minutos, quando Marcelo Lomba fez uma grande defesa, cara a cara com Gabigol após ótimo passe de Cuéllar. Dúvida na escalação, o colombiano superou a crise com a diretoria, deixou, momentaneamente a negociação para deixar o clube de lado, e foi um leão à frente da zaga e permitiu que o quarteto ofensivo se impusesse no Beira-Rio.
Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Filipe Luís deram trabalho a Lomba. No entanto, foi Gabigol que, novamente, perdeu uma chance clara, cara a cara. Nos acréscimos, o Colorado respondeu na finalização de Patrick, sem perigo, à esquerda de Diego Alves.
A atitude mostrada pelo Flamengo ficou no vestiário na volta do intervalo. Ao abrir mão da própria vocação ofensiva, o Rubro-Negro cedeu à pressão colorada, que cresceu após a entrada de Nico López e Wellington Silva. A maioria dos rebotes mudou de lado. Com a posse de bola a favor, o aguerrido Inter investiu na bola aérea e chegou ao empate com o gol de cabeça de Rodrigo Lindoso, após o cruzamento de de D’Alessandro, aos 16 minutos.
O árbitro argentino Patrício Loustau revisou a jogada com auxílio do VAR e validou o gol que renovou a esperança colorada. Engessado, o Flamengo demorou a reagir. A finalização de Bruno Henrique, aos 24 minutos, foi um raro momento em que o Flamengo construiu uma jogada, de pé em pé.
Com a entrada de Piris da Motta no lugar do pendurado Cuéllar e do veloz Berrío, no de Everton Ribeiro, Jorge Jesus apostou as suas fichas no contra-ataque. E ele veio, ao estilo rubro-negro, aos 39′. De Arrascaeta para Bruno Henrique, a bola chegou a Gabigol, que, dessa vez, não perdoou e soltou o grito preso há três décadas na garganta do torcedor flamenguista.
Redação O Dia