O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) é o novo presidente do Senado, com 61 votos dos 81 senadores presentes. O adversário José de Medeiros (PSB-MT) recebeu 10 votos e 10 senadores votaram em branco. A eleição do peemedebista já era esperada e contou com apoio da maioria dos partidos, inclusive do PT, que apesar de liberar a bancada dos senadores para votar de acordo com a própria consciência, defendeu o critério da proporcionalidade, já que o partido indicou o senador José Pimentel (PT-CE) para a primeira secretaria da Casa.
Eunício foi líder do PMDB durante quatro anos e é um dos nomes citados na delação premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Mello, como um dos beneficiários dos R$ 2,1 milhões de recursos pagos pela empreiteira.
Balanço da gestão
Antes de proferir o resultado, Renan Calheiros, ao fazer o balanço da própria gestão, teceu duras críticas ao vazamento das investigações comandadas pelo Judiciário, sem citar, no entanto, nominalmente a operação Lava-Jato. “Vivemos em um período de vazamentos manufaturados nos quais a maioria, não todos infelizmente, mas a maioria, sofre com isso. O levantamento do sigilo nos aproxima da verdade e evita manipulações”, afirma.
Renan defendeu, ainda, a atitude tomada por ele de questionar a “invasão” de juiz de primeira instância para investigar senadores da Casa, algo que foi estabelecido pelo pleno do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele também lembrou o episódio em que o plenário do STF o manteve no cargo; a prisão, segundo ele com base em um flagrante forjado, do ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS); e a aprovação de diversas matérias econômicas e de cunho social na casa.
Pronunciamento
Em seu primeiro pronunciamento após o anúncio de sua vitória, Eunício se emocionou, falou dos planos para o futuro, fez agradecimentos e disse estar preparados para os desafios. “Sou homem, senador Renan Calheiros, um homem forjado em desafios”, disse ao começar o discurso.
O presidente da Casa eleito ressaltou que, em seu mandato, as decisões serão tomadas de forma que o interesse do país seja a prioridade. “Nós vivemos pelo entendimento e pelo consenso aqui no Congresso Nacional, onde cada voto tem o seu valor. Mas a independência, a autonomia, a identidade e todos os interesses da nação vão superar os nossos interesses”, afirmou.
Eunício afirmou ainda que “cabe ao Senado a missão de corroborar com o país em torno de um projeto comum de desenvolvimento”, disse que “a confiança da população brasileira irá ser retomada com diálogo”.
No final do discurso, o senador fez um agradecimento emocionado ao antigo presidente da casa, Renan Calheiros, ao presidente Michel Temer, e a sua família. “Agradeço especialmente a minha mulher. Coincidentemente hoje fazemos 37 anos de casado”, disse, segurando o choro, sob os aplausos dos presentes.
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Correio Braziliense