Além da limpeza, pintura e reparos, o Cemitério de Manguinhos, conhecido como Cemitério dos Náufragos, localizado na Rodovia Inácio Barbosa, no Povoado Robalo prepara a celebração de missa para o próximo domingo, 2, às 7h.
Tudo isso seria normal se os cemitérios existentes nos povoados Robalo, Areia Branca e Mosqueiro, em Aracaju, não fosse considerados clandestinos.
Desde 2007 a Justiça atendendo a ação do Ministério Público Estadual determinou a interdição de dez cemitérios em Aracaju. Para o Ministério Público, para a Justiça e para a Prefeitura do município os cemitérios são clandestinos e estão interditados.
Mas, para os moradores a coisa é bem diferente. Dos dez cemitérios interditados judicialmente, três foram reabertos pela população. São eles: Cemitério Manguinhos (dos Náufragos), Cemitério Maria Rosa e Cemitério de Nelito. Dezenas de corpos foram enterradas nesses cemitérios nos últimos anos e os moradores culpam as autoridades municipais pelo problema enfrentado por eles.
“Não é possível que a Prefeitura não tenha se preocupado em construir um cemitério nesta área da cidade. Esse é um serviço público de competência do município e nós só queremos exercer o nosso direito de enterrar nossos entes queridos com o mínimo de dignidade.”, reclama José Firmo, um dos representantes das comunidades.
Para Firmo enterrar os corpos naqueles locais não é o suficiente é preciso que seja garantido às famílias o direito de reverenciar os seus familiares ali enterrados.
Lourival Delfino é o mais antigo morador que cuida do Cemitério de Manguinhos, também chamado cemitério dos Náufragos. “Seo”Louro, como é conhecido na região, conta que ainda se lembra do torpedeamento dos navios na costa sergipana e que parte dos corpos das vítimas foi enterrada no Cemitério Manguinhos, que já existia na praia do Robalo. Somente a partir daquele tráfico episódio é que o Campo Santo recebe o nome de Cemitério dos Náufragos.
REVOLTA COM A PREFEITURA – os moradores se dizem revoltados com a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) porque, além de ter interditado os cemitérios e não ter construído um cemitério na cidade como determinou a decisão judicial, a prefeitura abandona os cemitérios dos povoados. Os representantes dos moradores informam que não há manutenção, não há limpeza, não há coveiro nem vigilante da PMA. “Nem os preparativos para o Dia de Finados foi feito aqui. A Emsurb anunciou limpeza, poda, pintura em vários cemitérios. Até limpeza em torno dos cemitérios particulares a prefeitura está fazendo, mas aqui nos povoados nada é feito.”, afirma José Firmo, presidente da Associação Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo. “Como querem transformar a Zona de Expansão em bairro modelo se nem o serviço básico de cemitério nos oferecem?” questiona.
Siga o SE Notícias pelo Twitter e curta no Facebook
por José Firmo, da ADCAR