*Cícero Mendes
Cícero Mendes Jornalista, publicitário, escreve sobre os bastidores da política no interior de Sergipe.
Quem ouviu a entrevista do ex-prefeito de Itabaiana, Luciano Bispo, na Mega FM, na manhã desta quinta-feira, 9, com certeza deve ter tido a impressão de que se encontrava diante de um ‘gênio’ em gestão pública. Pois a empáfia com que o antigo gestor itabaianense se referiu ao Proinveste, afirmando como os recursos do empréstimo deveriam ser aplicados e até mesmo quem foram as figuras de destaque para que ele fosse tomado, dava a Luciano um ar profético e messiânico.
Ocorre que, como disse o ex-governador Albano Franco, em ‘Sergipe todos se conhecem’. Luciano Bispo, posando de catedrático em administração, não apenas parece, mas é efetivamente uma piada. Que o diga o atual prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, e a própria população da cidade, que sente na pele os problemas de cerca de R$ 30 milhões deixados em dívidas diversas, inclusive com salário e 13º atrasados junto ao funcionalismo público.
Mas tem mais: a Caixa, que é o banco oficial para repasse de recursos para obras, possui na conta itabaianense alguns milhões de reais desde a malfadada gestão de Luciano. E ele não foi capaz de dar as contrapartidas necessárias para que o dinheiro fosse liberado e as obras chegassem até o povo.
Por outro lado entende-se porque Luciano criticou a oposição por ter cobrado uma amarração entre o projeto do empréstimo e as obras a serem realizadas. Acostumado a administrar sem fiscalização, remetendo ao final dos anos 1980, quando se elegeu prefeito de Itabaiana pela primeira vez, ele não entende que as regras estão aí para serem cumpridas. E, em se tratando de dinheiro público, quanto mais formas de controle, melhor, pois isso exige também mais responsabilidade.
Agora, o que chamou muito a atenção na fala de Luciano Bispo foi o ataque pessoal dirigido ao senador Eduardo Amorim. Daí se depreende duas coisas: a primeira é que Luciano quer fazer uma ‘gracinha’ com o governo, quem sabe até aguardando um Aspone (ou CCzinho!) na propalada reforma administrativa que, dizem, será feita agora. E também é possível perceber que, ao atacar Eduardo, Luciano mostra que ainda não absorveu a derrota eleitoral do ano passado. E como Itabaiana, de certa forma, foi uma prévia da eleição de 2014, com o grupo ligado a Déda apoiando o derrotado Luciano, e o grupo de Amorim apoiando o vitorioso Valmir, a dor de cotovelo fica nítida. Ou seja: na ânsia de criticar, Luciano deixou vir a tona todo o seu chororô.
QUEM OUVE QUEM 1
Ultimamente uma determinada emissora tem se auto proclamada líder de audiência em todo o Estado em um certo horário, já que opera em cadeia com diversas rádios interioranas. Bem, ao menos em duas cidades isso é uma grandiosa mentira. Quer provas? Vamos a esses dois bons exemplos. Em Lagarto, onde o tal programa é retransmitido, audiência no horário quem tem é a Rádio Progresso, com o radialista JC, e a comunitária Juventude FM, com Geraldo Macedo.
QUEM OUVE QUEM 2
E em Itabaiana, que também tem o programa retransmitido, como não poderia deixar de ser, na hora de escolher a sintonia preferida, a população opta entre Rádio Capital do Agreste, com Eduardo Abril, Itabaiana FM, com Rosalvo Soares, ou Princesa FM, com Edivanildo Santana. Como essas duas cidades são pólo, as populações vizinhas acompanham o comportamento dos ouvintes delas. E, se somarmos o raio de influência, temos cerca de 40% da população sergipana. Portanto, cada um fala o que quer e pode até dizer que ‘manda na audiência’. Mas o povo é quem decide o que quer ouvir.
OBRA ASSEGURADA
A construção da rodovia que ligará a cidade de Estância à Praia do Abaís já está garantida. Com a aprovação em primeira discussão do Projeto de Lei 63/2013, de autoria do Poder Executivo, serão destinados R$ 15 milhões em recursos para a obra. O deputado estadual Gilson Andrade conseguiu incluir esses recursos no bojo do Proinveste, aprovado na última terça-feira, 7, na Assembleia Legislativa.
FILAS INTERMINÁVEIS
O Banese é o maior banco em operação no nosso Estado. Mas cabe ressaltar que essa grandiosidade, ao que parece, não se deve ao serviço oferecido. Conforme o deputado estadual Raimundo Vieira informou na sessão da Assembleia da última quarta-feira, 8, na verdade o povo usa o Banese por obrigação, já que a maioria das folhas de pagamento das prefeituras são geridas pela instituição. Segundo Raimundo, o Banese de Itabaianinha, cidade de cerca de 40 mil habitantes, opera com apenas dois caixas em sua agência no município, o que gera esperas de até cinco horas para se fazer qualquer tipo de serviço bancário. Um absurdo que precisa ser corrigido, afinal, ‘tempo é dinheiro’. E o Banese tem obrigação respeitar seus clientes.
*Cícero Mendes Jornalista, publicitário, escreve sobre os bastidores da política no interior de Sergipe.
