Do UOL, em São Paulo
O atacante camaronês Albert Ebossé morreu ao levar uma pedrada na cabeça após um jogo no campeonato da Argélia. Seu time, o JS Kabylie, havia perdido para o USM Alger. A torcida revoltou-se e começou a atirar objetos no gramado. A pedra atingiu o jogador quando ele caminhava para os vestiários. Ele recebeu atendimento ainda no gramado, foi levado a um hospital de ambulância, mas não resistiu ao ferimento.
De acordo com amigos e torcedores que lamentaram a morte nas redes sociais, o camaronês havia acabado de ter uma filha, horas antes de entrar em campo. Uma foto dele com a criança no colo foi bastante compartilhada.
Ebossé tinha 24 anos e foi o artilheiro do campeonato argelino do ano passado. Ele chegou a ser convocado pela seleção de seu país. “Mataram meu amigo, meu colega de quarto”, lamentou Hamza Bencherif, que atuou com o camaronês no JS Kabylie. “A Fifa tem que fazê-los parar, não é a primeira vez que coisas assim acontecem no futebol argelino.”
“Eu estava no estádio e voltei de lá triste com a derrota”, escreveu um torcedor do JS Kabylie. “Quando cheguei em casa descobri que nosso atacante morreu.”
As pessoas que conheceram o atacante dizem que ele era muito humilde e brincalhão. Uma reportagem do começo do ano mostra o camaronês brincando com colegas de time. Em março, após ser vítima de ofensas racistas vindas da arquibancada, Ebossé fez um gol e foi comemorar na frente dos racistas imitando um macaco.
Depois que ele morreu, iniciou-se uma campanha para que o campeonato local seja paralisado. De acordo com torcedores, as condições de segurança nos estádio da Argélia são precárias.
O governo do país já anunciou que uma investigação será feita para esclarecer as circunstâncias do crime.