Eles trabalhavam das 9h às 16h e só recebiam R$ 1 por dia.
Suspeito foi preso em Guarujá no dia 28 de junho.
Os três adolescentes encontrados em situação de trabalho escravo em São Paulo, retornaram à Sergipe. Eles desembarcaram na tarde desta quarta-feira (4) no Aeroporto Santa Maria, em Aracaju, e seguiram para a cidade de Itabaiana, localizada no Agreste de Sergipe. Os dois jovens que estava com eles também sendo explorados retornaram para casa na segunda-feira (2).
De acordo com informações da polícia, eles e mais dois jovens sergipanos eram obrigados a trabalhar de graça, na venda de castanhas e sândalos, e ficavam trancados em uma casa todas as noites, em Guarujá, no litoral paulista.
Um homem suspeito do crime foi preso em flagrante no dia 28 de junho e, caso seja condenado, pode cumprir pena de até oito anos de reclusão. Os outros dois jovens que eram mantidos escravos chegaram à Itabaiana na segunda-feira (2).
Os adolescentes foram recebidos por membros do Conselho Tutelar de Itabaiana. “Eles vão continuar recebendo o nosso apoio. O órgão pagou as passagens aéreas e está dando apoio psicológico e assistencial”, explicou a conselheira municipal Kelly Vieira.
A polícia paulista ficou sabendo da exploração após três dos cinco sergipanos, terem ido a Delegacia do Guarujá para fazer a denúncia.
No entanto, eles trabalhavam das 9h às 16h e só recebiam R$ 1 por dia. “Eles eram obrigados a ficar o dia todo na rua e só retornar à noite quando eles eram trancados na casa. Eles dormiam no chão e depois de alguns dias eles mesmos acharam colchões na rua e levaram para usarem”, afirma o delegado Cláudio Rossi. O grupo só recebia duas refeições diárias.
O ‘agenciador de empregos’ dizia que quem desistisse do trabalho teria que pagar R$ 400 para voltar para casa. De acordo com a assistente social de Itabaiana, Andreia Fontes, o município vai continuar ajudando as famílias dos cinco sergipanos.
As castanhas eram compradas no Povoado Carrilho, também em Itabaiana. Beneficiadores do produto, disseram que nunca desconfiaram do suspeito e que ele costumava comprar em grande quantidade.
O suspeito preferia atrair jovens e adolescentes para o trabalho ilegal nos bairros mais humildes de do município. A avó de um dos adolescentes revelou como o neto foi recrutado. “Veio ele, a mulher, um filho, uma filha e uma cunhada na minha casa e ele [o agenciador de empregos] disse que tomaria conta direitinho do meu neto”, lembrou Maria Helena dos Santos.
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