Foi realizada na manhã desta quinta-feira, 5, a terceira reunião conjunta entre técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), da Prefeitura de Malhador, Deso, pequenos agricultores e membros dos comitês das três bacias hidrográficas de Sergipe, visando dar continuidade aos trabalhos de enfrentamento à escassez de água que atinge severamente o município, localizado na região Agreste.
Durante a reunião, coordenada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, e pelo superintendente de Recursos Hídricos do Estado, Ailton Rocha, foi feito um balanço das ações executadas ao longo da última semana, além de traçadas as diretrizes que irão nortear a força-tarefa pelos próximos sete dias.
Nesse sentido, foi pactuado com os agricultores a proibição de novos plantios, além de se reduzir, ao máximo, a irrigação das culturas já instaladas, e aquelas culturas mais resistentes à ausência de água terão suspensas suas irrigações, a exemplo de macaxeira, inhame, entre outros.
Ainda conforme o desfecho da reunião, os produtores ficaram de liberar as águas das barragens ao ponto de retroalimentar a barragem da Deso [que abastece a cidade], para se garantir os 82 metros cúbicos de água da vazão durante, pelo menos, 24 horas. Nos últimos três dias, a vazão opera com 65 metros cúbicos para uma população de sete mil habitantes.
Preocupado com a situação, Olivier Chagas conversou com os agricultores e lembrou que o governo do Estado preza pelo diálogo para se chegar a uma solução proeminente.
“Estamos aqui com os nossos melhores técnicos, altamente capacitados, para ajudar a equacionar essa questão. A crise hídrica, como já disse em outras ocasiões, começou lá atrás e nós precisamos enfrentá-la. Para isso, apoio a ideia de reflorestar a área dos mananciais, mas isso precisa ser feito com estudo técnico. Se não tivermos parceria, a escassez vai continuar. A sociedade precisa participar. Temos um problema concreto que deve ser resolvido. Vamos perder um pouco agora para ganharmos amanhã”, colocou o secretário.
O superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Ailton Rocha, revelou que um grupo de técnicos, ao lado dos irrigantes, fará visita de campo na próxima semana para verificar a situação. Além disso, diz Ailton, também haverá, na semana que vem, outra reunião para avaliar o que ocorreu nesses últimos dias. Ailton revelou também que entrou em contato com a Agência Nacional de Águas para que seja enviado a Sergipe um técnico para ajudar a solucionar o problema. “Estamos no caminho certo. Há algumas dificuldades, mas estamos evoluindo para resultados positivos”.
Educação Ambiental
Também será feita uma campanha de educação ambiental com a comunidade, visando conscientizar os moradores sobre a importância de se fazer racionamento e não desperdiçar água. “Queremos provocar uma mudança de pensamento”, destacou a diretora do departamento de educação ambiental da Deso, Ana Cláudia, que está à frente da campanha.
Reflorestamento
Pensando numa solução a longo prazo, foi colocada em questão a possibilidade de reflorestar todos os mananciais da cidade, em parceria com o Instituto de Reflorestamento, do professor Luiz Eduardo, assessor especial do governo, o qual também participou da reunião. “A ideia é doar centenas de mudas para serem plantadas nessas áreas e, com isso, não ocorrer o assoreamento dos leitos dos rios”.
Previsão meteorológica
Na oportunidade, o coordenador do Centro de Meteorologia de Sergipe, Overland Amaral, realizou uma apresentação pormenorizada a respeito da previsão climatológica para os próximos três meses. E o cenário não é nada bom. Segundo Overland, a previsão é de chuvas abaixo da média para a região, algo em torno de 150 a 200 milímetros no acumulado de 90 dias.
Participação
Também participaram da reunião integrantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e representantes de órgãos como Cohidro, Deso, Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), além dos comitês de três bacias hidrográficas de Sergipe e irrigantes, e a secretária de Estado da Agricultura de Malhador, Josefa Meneses.
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Ascom/Semarh