O Conselho Regional de Odontologia de Sergipe (CRO-SE) realizou a interdição ética da Unidade de Saúde da Família do Povoado São Mateus, no município de Gararu, segundo a Comissão de Fiscalização da entidade, após a constatação de que não foram realizadas as adequações recomendadas em diligência anterior. De acordo com o relatório produzido, quase nada mudou na unidade, com o agravante de que o equipo não funciona e o único procedimento feito na unidade é a exodontia [extração de dentes].
“A esterilização é feita sem controle, em estufa sem termômetro; os instrumentais ficam soltos em bandejas e fora das caixas clínicas. As caixas existentes não são lacradas e quem fica responsável por acompanhar o processo de esterilização é a funcionária da limpeza da unidade de saúde”, conta a cirurgiã-dentista e presidente da Comissão, Carla Barros.
Outras irregularidades foram apontadas pela Comissão. Entre elas, os espelhos bucais continuam sem passar pelo processamento e ficam em líquidos esterilizantes. Também foram encontrados muitos insumos vencidos, inclusive agulhas de suturas. “A sala do consultório odontológico continua com mofo, rachaduras e parte da parede próxima à pia encontra-se sem reboco e revestimento. Não houve manutenção e limpeza no aparelho de ar condicionado. A encanação está exposta”, detalha.
Além disso, não foram instalados suporte e caixa de material perfuro-cortante, dispensadores de sabão líquido e porta papel toalha. De acordo com a Comissão de Fiscalização, há somente uma lixeira com tampa e pedal e não tem saco branco leitoso apropriado para resíduo contaminado. O resíduo infectante é descartado junto ao comum e o aparelho de raio-x está quebrado. “Esta unidade não apresenta condições mínimas necessárias para um atendimento seguro à população e por isso sofreu interdição ética do CRO-SE”, conclui a Comissão de Fiscalização.
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Ascom CROSE