Mesmo com Hillary Clinton apontada como favorita em praticamente todas as pesquisas de intenção de voto e nas projeções feitas por institutos e pela imprensa, Donald Trump foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos. Em seu discurso de vitória, prometeu reunir a nação e reconstruir a infraestrutura do país, dobrando a economia.
“Serei presidente para todos os americanos”, disse. “Trabalhando juntos, vamos começar a tarefa urgente de reunir nossa nação. É isso que quero fazer agora por nosso país.”
Trump conquistou vitórias surpreendentes sobre Hillary em estados-chave para a definição, abrindo o caminho para a Casa Branca e abalando os mercados globais que contavam com uma vitória da democrata.
A maré começou a virar a favor de Trump após as vitórias na Flórida, Carolina do Norte, Ohio e Iowa. Ele ainda se tornou o primeiro candidato de seu partido a ganhar na Pensilvânia desde que George H. W. Bush o fez em 1988.
Quando entrou o número de delegados do estado de Wisconsin na conta da agência Associated Press, Trump alcançou 276 delegados, ultrapassando o limite de 270 necessários para ser o vencedor no Colégio Eleitoral.
A vitória de Donald Trump provocou reações pelo mundo que vão desde o espanto até a euforia de líderes de direita.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, enviou em um telegrama a Donald Trump dizendo esperar uma melhora nas relações russo-americanas. Expressou a “esperança de que [seja realizado] um trabalho mútuo para tirar as relações entre Rússia e Estados Unidos de sua situação crítica” e “disse estar certo de que será iniciado um diálogo construtivo entre Moscou e Washington”.
Jean-Marie Le Pen, dirigente histórico da extrema-direita francesa e ex-presidente da Frente Nacional, disse “hoje, os Estados Unidos! França, amanhã! Parabéns!”
O resultado da eleição nos Estados Unidos derrubou os mercados de ações pelo mundo. A bolsa de valores de Tóquio perdeu mais de 5% e, na Europa, os principais índices abriram o dia em forte queda. O índice geral da Bolsa de Valores de Londres, o FTSE-100, por exemplo, abriu em baixa de 2,12%.
AZARÃO
De temperamento explosivo e sem experiência política anterior, o bilionário republicano de 70 anos superou todos os prognósticos e se impôs como um forte adversário.
Começou a disputa como azarão, concorrendo com diversos outros pré-candidatos republicanos pela indicação do partido e com muitos analistas duvidando que ele pudesse alcançar a nomeação.
Com discursos centrados nas frustrações e inseguranças dos americanos num mundo em mutação, tornou-se a voz da mudança para milhões deles.
Nascido em 14 de junho de 1946 no bairro nova-iorquino do Queens, Trump é o quarto dos cinco filhos de Fred Trump, um construtor de origem alemã, e Mary MacLeod, uma dona de casa de procedência escocesa. É casado, pela terceira vez, com a ex-modelo eslovena Melania Trump. Tem cinco filhos e seis netos.
CARREIRA
Graduou-se em 1964 na Academia Militar de Nova York, onde alcançou a patente de capitão e vislumbrava seu destino: “Um dia, serei muito famoso”, comentou então ao cadete Jeff Ortenau. Formou-se em Economia na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia e em 1971 assumiu as rédeas da empresa familiar, Elisabeth Trump & Son, dedicada ao aluguel de imóveis de classe média nos bairros nova-iorquinos de Brooklyn, Queens e Staten Island.
Optou por construir torres luxuosas, hotéis, casinos e campos de golfe. Já nos anos 1980, tinha em construção diversos empreendimentos na cidade, incluindo a Trump tower, o Trump Plaza, além de cassinos em Atlantic City, em Nova Jersey.
Trump gosta de dizer que começou seus próprios negócios modestamente, com “um pequeno empréstimo de US$ 1 milhão” de seu pai.
Em 1996, comprou os direitos dos concursos Miss USA, Miss Universo e Miss Teen, tornando-se seu produtor executivo. Oito anos mais tarde, tornaria-se figura pública ainda mais conhecida ao virar apresentador do programa “The Apprentice”, em que tinha o poder de demitir os participantes.
DENÚNCIAS DE ASSÉDIO
A campanha eleitoral de 2016 foi considerada uma das mais sujas da história, com acusações e bate bocas entre os dois principais candidatos e na qual mais se falou de defeitos dos concorrentes do que de propostas para o país.
Uma das maiores polêmicas envolvendo Trump foram as denúncias de assédio sexual por mulheres. Algumas relatam que o republicano as beijaram a força, outras dizem que ele colocou as mãos por baixo de suas saias, para tocá-las.
Seis casos foram divulgados após o jornal “Washington Post” divulgar um vídeo em que Trump faz comentários sobre como apalpa mulheres sem seu consentimento. Na gravação, o candidato usa termos vulgares para se referir a mulheres.
O caso gerou mais críticas e retiradas de apoio ao candidato, inclusive por parte de republicanos, e fez com que grandes doadores de sua campanha pedissem o dinheiro de volta. Trump nega todas as alegações.
Acompanhe também o SE Notícias no Twitter, Facebook e no Instagram
Clique AQUI e leia matéria completa no G1