Gazeta Esportiva, em São Paulo
O Flamengo não encontrou grandes dificuldades para conquistar a sua 17ª vitória no Campeonato Brasileiro e seguir como o principal concorrente do Palmeiras na disputa pelo título. Enfrentando o penúltimo colocado Santa Cruz, o time carioca fez a alegria dos seus milhares de torcedores que estiveram no Pacaembu na tarde deste domingo com um triunfo por 3 a 0. Os gols foram de Felipe Vizeu, no primeiro tempo, e Willian Arão e Marcelo Cirino, no segundo.
O resultado levou o Flamengo aos 57 pontos ganhos na tabela de classificação, ainda três atrás do líder Palmeiras, que ganhou por 1 a 0 do lanterna América-MG também neste domingo. Cada vez mais próximo do retorno à segunda divisão, o Santa Cruz totaliza apenas 23 pontos.
Flamengo e Santa Cruz voltarão a entrar em ação no meio de semana. O vice-líder fará clássico contra o Fluminense na quinta-feira, no Raulino de Oliveira, enquanto o vice-lanterna enfrentará o Corinthians um dia antes, na Arena Pantanal.
O jogo – Quando o locutor do estádio municipal de São Paulo impostou a voz para recepcionar o público com o seu tradicional bordão – “o seu, o meu, o nosso Pacaembu” – a torcida do Flamengo já se sentia em casa. Em grande número, os rubro-negros só deixaram de entoar as suas canções nos minutos que antecederam a partida contra o Santa Cruz para ofender Léo Moura, fazendo aquecimento.
O veterano lateral direito, que fez história no Flamengo e virou inimigo após ingressar na Justiça trabalhista contra o clube, tinha maiores motivos para preocupação no início do jogo. O time dirigido por Zé Ricardo aproveitou a atmosfera favorável para pressionar o Santa Cruz nos primeiros minutos, com bastante rotação entre Diego, Everton e Alan Patrick no meio-campo.
A primeira boa oportunidade de gol, contudo, foi da equipe pernambucana. Aos cinco minutos, Keno recebeu ótima enfiada de bola, correu entre a defesa do Flamengo e apareceu diante de Paulo Victor para abrir o placar. O goleiro saiu bem até a entrada da área e ficou com a bola, fazendo o público rubro-negro vibrar nas arquibancadas do Pacaembu.
No minuto seguinte, quando a torcida ainda gritava o nome de Paulo Victor, a comemoração foi maior. Everton recebeu a bola de Chiquinho na ponta esquerda e fez o cruzamento para a área, onde Felipe Vizeu se esticou para completar para dentro antes de se ajoelhar no gramado e celebrar, emocionado.
Com a vantagem no marcador e o passar do tempo, o Flamengo se acomodou e perdeu o seu ímpeto ofensivo. Os torcedores mais impacientes começaram a se manifestar contra a monótona troca de passes defensiva da equipe. A irritação aumentou quando os zagueiros falharam por desatenção, deixando Grafite em alerta. O centroavante assustou com um chute do lado de fora da rede e chegou a tentar uma conclusão quase do meio-campo, defendida por Paulo Victor.
Já próximo do intervalo, o Flamengo melhorou. E a melhor chance para ampliar o marcador foi inesperada, aos 39 minutos. Chiquinho emendou de primeira após uma inversão de jogo, na ponta esquerda, e quase surpreendeu a si mesmo ao perceber a bola ir na direção do gol. Edson Kolln fez uma defesa providencial para salvar o Santa Cruz.
Na segunda etapa, o Flamengo entrou em campo disposto a explorar melhor justamente as jogadas pelas laterais do campo. E não demorou a anotar o seu segundo gol. Aos 11 minutos, Alan Patrick cobrou escanteio da esquerda, e a cabeçada de Diego parou no goleiro Edson Kolln e na trave. Na sobra de bola, Willian Arão estufou a rede.
Com o público em êxtase – pulando freneticamente aos berros de “sai do chão, sai do chão, a torcida do Mengão” e com as lanternas de seus telefones celulares acesas –, Zé Ricardo teve tranquilidade para fazer uma alteração que muitos torcedores já pediam. Trocou Alan Patrick por Fernandinho, tentando combater quaisquer sinais do mesmo comodismo que havia acometido o seu time depois do gol do primeiro tempo.
Àquela altura, o Santa Cruz já não oferecia tanta resistência. O técnico Doriva ainda tentou reanimar o time visitante com as entradas de Mazinho, Marion e Bruno Moraes nos lugares de Uillian Correia, Arthur e Grafite, porém o abatimento com as situações complicadas na partida e na tabela de classificação já pesava contra os seus comandados.
Do outro lado, o Flamengo jogava solto. Tudo era motivo para festa – a substituição de Felipe Vizeu por Emerson Sheik, um cruzamento de letra de Everton, uma disputa de bola que Léo Moura perdeu para Chiquinho e agora até um longo recuo do mesmo lateral rubro-negro para o campo defensivo. Com esse clima, bastava à equipe de Zé Ricardo administrar o resultado, apesar de uma e outra investidas do Santa Cruz, nos minutos finais.
Mas houve tempo para mais um gol. Aos 40 minutos, Marcelo Cirino foi lançado por Emerson Sheik, fintou Edson Kolln com categoria e só empurrou para a meta vazia, fechando a contagem no Pacaembu e fazendo o “cheirinho de hepta” ser sentido por alguns também na cidade onde mora o concorrente Palmeiras.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 3 X 0 SANTA CRUZ
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 9 de outubro de 2016, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Alessandro Rocha de Matos (BA)
Público: 21.773 pagantes (total de 23.427)
Renda: R$ 1.103.380,00
Cartões amarelos: Alan Patrick (Flamengo); Allan (Santa Cruz)
Cartão vermelho: Allan (Santa Cruz)
Gols: FLAMENGO: Felipe Vizeu, aos 6 minutos do primeiro tempo; Willian Arão, aos 11, e Marcelo Cirino, aos 40 minutos do segundo tempo
FLAMENGO: Paulo Victor; Pará, Réver, Rafael Vaz e Chiquinho (Marcelo Cirino); Márcio Araújo, Willian Arão, Alan Patrick (Fernandinho), Diego e Everton; Felipe Vizeu (Emerson Sheik)
Técnico: Zé Ricardo
SANTA CRUZ: Edson Kolln; Léo Moura, Wellington, Luan Peres e Allan; Uillian Correia (Mazinho), Jadson e João Paulo; Arthur (Marion), Grafite (Bruno Moraes) e Keno
Técnico: Doriva.
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