De janeiro a julho deste ano, o serviço ambulatorial do Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) realizou 5.630 atendimentos. Desse total, foram 3.755 consultas com profissionais da equipe multidisciplinar, 1.463 transfusões a pacientes assistidos na unidade e 412 sangrias. O atendimento ambulatorial do Hemocentro de Sergipe é referência no estado para o tratamento das doenças genéticas hereditárias do sangue como hemofilia, anemia falciforme, doenças de Gaucher e de Von Willebrand, além de anemias agudas.
Quinzenalmente, João Vitor de Jesus Oliveira, 16, recebe a infusão medicamentosa de reposição de enzimas, que substitui a enzima deficiente. O medicamento ofertado pelo Ministério da Saúde (MS) é utilizado para quem tem a doença de Gaucher, um distúrbio genético hereditário, progressivo e que ainda não possui cura. Quem convive com isso, não possui níveis suficientes da enzima beta-glicosidase, que resulta no acúmulo de glicocerebrosideos nas células do fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea. Dentre os sintomas da doença, estão o atraso no crescimento, complicações ósseas, aumento do abdômen e anemia. “Depois que eu encontrei o tratamento correto, sinto-me feliz”, declarou João Vitor.
Luis Carlos Ferreira de Santana, 57, Bruno Leite Silva, 23, e Jean Crisley Santos, 10, também são usuários assistidos no ambulatório do Hemocentro de Sergipe para tratamento da Hemofilia. A enfermidade é decorrente da falta de proteínas específicas no sangue, que são responsáveis pelo processo de coagulação – o fator VIII, no caso da hemofilia do tipo A, e ausência do fator IX, para o diagnóstico da hemofilia do tipo B. Eles foram unânimes ao relatar que a reposição do fator recombinante, medicamento utilizado para combater sangramentos, contribuiu para melhoria da qualidade de vida.
“O uso da medicação evita as dores nas articulações. No meu caso, trabalho numa oficina. Sempre senti muitas dores que começavam nos ombros e desciam para as articulações dos braços e das pernas”, detalhou Luis Carlos. “Somente quando passei a fazer uso dos medicamentos, essa situação mudou. Uma vez por mês venho aqui no Hemose para me consultar com o médico”, acrescentou o usuário.
O médico onco-hematologista Richer Mota informou que o fator recombinante VIII é fundamental aos pacientes com hemofilia dos tipos A e B. Ele relatou que a nova tecnologia substitui medicamentos produzidos a partir de plasma humano. “Esse novo produto desenvolvido em laboratório é utilizado como tratamento preventivo responsável por estancar as hemorragias quando ocorre o rompimento de vasos sanguíneos. O tratamento dos pacientes portadores de coagulopatias e hemoglobinopatias deve ser orientado pelo médico hematologista”, ressaltou.
Serviço
Para ter acesso aos serviços, os usuários devem procurar a unidade com documento de identidade e encaminhamento do médico que realizou o diagnóstico de hemofilia, Anemia Falciforme e Won Willebrand de segunda a sexta-feira, no horário das 7h30 às 17h. Mais informações através dos telefones (79)3225-8000 e 3225-8046.
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Agência Sergipe de Noticias