Bruno Ceccon e Edoardo Ghirotto, Gazeta Esportiva – São Paulo
A moderna arena do Palmeiras pulsou como o velho Estádio Palestra Itália na noite desta quarta-feira. Depois de vencer o Santos por 2 a 1 no tempo normal, o time da casa ganhou por 4 a 3 nos pênaltis com o goleiro Fernando Prass na cobrança decisiva e conquistou o tricampeonato da Copa do Brasil, primeiro título após a reforma do campo.
O atacante Dudu, vilão do vice paulista diante do próprio Santos, marcou os dois do Palmeiras. Nos minutos finais, Ricardo Oliveira fez o gol que provocou os pênaltis. Nas cobranças, além de defender o chute de Gustavo Henrique, Fernando Prass anotou o gol do título.
Fechado para reformas entre 2010 e 2014, o Palestra Itália foi reinaugurado em novembro do ano passado e diante do Santos recebeu 39.660 torcedores, um recorde da nova arena. Palco da conquista da Copa Libertadores 1999, o estádio não abrigava uma festa de título desde a conquista do Campeonato Paulista 2008.
Com o triunfo sobre o Santos, a Sociedade Esportiva Palmeiras comemora seu 12º título nacional, um recorde. Além do tri da Copa do Brasil (1998, 2012 e 2015), o clube ganhou a Taça Brasil (1960 e 1967), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 e 1969), o Campeonato Brasileiro (1972, 1973, 1993 e 1994) e a Copa dos Campeões (2000).
O título é especial para Marcelo Oliveira, derrotado nas três decisões anteriores que disputou da Copa do Brasil (em 2011 e 2012 pelo Coritiba e em 2014 pelo Cruzeiro). Com o feito, ele se junta a Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari na galeria de técnicos campeões pelo Palmeiras desde 1977 – Flávio Murtosa, auxiliar do gaúcho, também triunfou.
Se não teve regularidade para brilhar nos pontos corridos do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras jogou o suficiente para bater adversários como Cruzeiro, Internacional e Fluminense nas séries eliminatórias da Copa do Brasil. Assim, além do título, o primeiro da gestão de Paulo Nobre, iniciada em 2013, garantiu uma vaga na Copa Libertadores 2016.
O Jogo – Trajado com meias e calções brancos, como na final do histórico Campeonato Paulista 1993, o Palmeiras quase saiu na frente antes do minuto inicial. Pouco depois da saída de bola, Arouca cabeceou, Barrios desviou e Gabriel Jesus, livre, bateu para defesa do goleiro Vanderlei.
Inteligentemente, o Santos procurou explorar a fragilidade do jovem João Pedro na marcação. Aos sete minutos, Zeca desceu pela esquerda e cruzou para Marquinhos Gabriel finalizar. Após grande defesa de Fernando Prass, Victor Ferraz apanhou o rebote e acertou a trave.
O Palmeiras, como há muito não se via, ditou o ritmo do jogo e criou boas chances de marcar. Em uma oportunidade clara, aos 27 minutos, Robinho cruzou da direita para Lucas Barrios. O centroavante esperou o quique da bola e cabeceou para defesa de Vanderlei.
Gradualmente, o Santos aumentou o volume de jogo e equilibrou as ações, mas não conseguiu levar perigo a Fernando Prass até o final do primeiro tempo. Lesionado, o zagueiro David Braz foi substituído por Werley ainda na etapa inicial. Assim como Gabriel Jesus, trocado por Rafael Marques.
O marcador inalterado no primeiro tempo preocupou a torcida alviverde, mas o Palmeiras manteve a frieza e finalmente abriu o placar aos 11 minutos da etapa complementar. Lucas Barrios fez pivô e tocou para Robinho entrar na área. O meia cruzou e Dudu apenas empurrou para o gol. De tipoia, Gabriel Jesus deixou o banco para comemorar na beira do gramado.
Lucas Barrios, lesionado, saiu para entrada de Cristaldo. Em seguida, o técnico Marcelo Oliveira colocou Lucas Taylor no lugar de João Pedro, advertido com o amarelo. Dorival Júnior, por sua vez, tirou Thiago Maia e Gabriel e lançou Paulo Ricardo e Geuvânio.
O Palmeiras fez o segundo aos 39 minutos do segundo tempo. Em cobrança de falta pelo lado direito do ataque, Robinho levantou na área. De cabeça, Vitor Hugo desviou para o meio. Dudu acompanhou a jogada e completou para o fundo das redes.
A alegria alviverde durou pouco, já que o Santos fez sua torcida vibrar no setor visitante dois minutos depois. No lance que provou a decisão por pênaltis, Marquinhos Gabriel cobrou escanteio pelo lado esquerdo do ataque, Werley desviou de calcanhar e a bola sobrou livre para finalização certeira de Ricardo Oliveira.
Pelo Santos, Geuvânio, Lucas Lima e Ricardo Oliveira converteram seus pênaltis. Marquinhos Gabriel e Gustavo Henrique desperdiçaram. Pelo Palmeiras, Zé Roberto, Jackson, Cristaldo e Fernando Prass marcaram. Rafael Marques errou. E a Sociedade Esportiva Palmeiras ganhou por 4 a 3.
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FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 (4) X (3) 1 SANTOS
Local: Estádio Palestra Itália, em São Paulo (SP)
Data: 2 de dezembro de 2015, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-SC)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse (ambos Fifa-SP)
Público: 39.660 expectadores
Renda: R$ 5.336.631,25
Cartões amarelos: Matheus Sales, João Pedro e Dudu (Palmeiras); Gabriel (Santos)
GOLS:
PALMEIRAS: Dudu, aos 11 e aos 39 do segundo tempo
SANTOS: Ricardo Oliveira, aos 41 minutos do segundo tempo
PALMEIRAS: Fernando Prass; João Pedro (Lucas Taylor), Jackson, Vitor Hugo e Zé Roberto; Matheus Sales e Arouca; Robinho, Dudu e Gabriel Jesus (Rafael Marques); Barrios (Cristaldo)
Técnico: Marcelo Oliveira
SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique, David Braz (Werley) e Zeca; Renato, Thiago Maia (Paulo Ricardo) e Lucas Lima; Marquinhos Gabriel, Gabriel (Geuvânio) e Ricardo Oliveira
Técnico: Dorival Júnior