A vacina contra o Papilomavírus humano (HPV) está disponível para as meninas com idade de 9 a 11 anos nas Unidades Básicas de Saúde dos 75 municípios sergipanos. Para as mulheres com idade de 9 a 26 anos que vivem com HIV, a vacina está disponível no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE), localizado no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), em Aracaju.
A vacina protege as meninas contra os principais tipos de vírus causadores do câncer do colo de útero e, para surtir o efeito necessário, precisa seguir corretamente o esquema vacinal de três doses. A segunda dose deve ser tomada seis meses após a primeira e, a terceira, cinco anos após a primeira.
“Em Sergipe, 61.483 meninas receberam a primeira dose da vacina. Até o momento, apenas 33.080 receberam a segunda. Aquelas que perderam o prazo da segunda dose não devem deixar de tomar a vacina. Esses números mostram que o esquema vacinal não está sendo seguido corretamente. Alertamos aos pais e responsáveis que levem suas filhas até os locais de vacinação ou autorizem que elas recebam a dose nas escolas. Em qualquer lugar que forem tomar a dose devem levar o Cartão de Vacinação para que o profissional de saúde avalie a situação vacinal da menina”, disse Sândala Oliveira, gerente do programa de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
De acordo com a gerente do programa Estadual de Imunização, o HPV é responsável por 70% dos casos de câncer de útero e a vacina não apresenta efeitos adversos comprovados.
“A vacina contra o HPV já é utilizada em 100 países do mundo e já teve 180 milhões doses aplicadas. O que pode ocorrer são dores, inchaços e vermelhidão no local onde a vacina foi aplicada. Desmaios, dores de cabeça e mal estar acometem algumas meninas em consequência da ansiedade e medo da aplicação, mas está cientificamente comprovado que os sintomas não estão relacionados com a vacina”, explicou Sândala Oliveira.
Para o médico e gerente do programa Estadual DST/AIDS, Almir Santana, a vacina é uma forma de proteção de uma doença que é transmitida através das relações sexuais sem proteção e mesmo com a vacina, o preservativo continua sendo indispensável.
“Temos duas grandes causas nessa batalha. Uma delas é conscientizar as pessoas da importância da vacinação das meninas. A outra é começar a conversar com essas jovens sobre o uso dos preservativos nas relações sexuais. O ideal é que a vacina seja aplicada nas meninas que ainda não se expuseram ao vírus, mas o diálogo sobre a conscientização para evitar outras DSTs, inclusive o HIV, deve ser iniciado nas escolas, pelos profissionais de saúde da Atenção Básica e, principalmente, pelos pais”, disse Almir Santana.
O médico ainda lembrou sobre da importância do diagnóstico do HIV em mulheres com câncer do colo de útero associado ao HPV. “O câncer do colo de útero associado ao HPV pode ser uma manifestação da AIDS. Por isso, os médicos devem pedir o exame de HIV. No Estado de Sergipe são 259 casos registrados de HIV em mulheres com idade entre 9 e 26 anos”, disse Almir Santana.
Fonte: Ascom SES