O governador Jackson Barreto iniciou a semana falando sobre as metas para a atual gestão e a eleição da presidência da Assembleia Legislativa em entrevista concedida ao programa Hora da Verdade, comandado pelo radialista George Magalhães. Durante duas horas, o chefe do Executivo falou sobre a independência entre os poderes, as ações para melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano do estado e investimentos.
“Não queremos trabalhar em confronto com os poderes. Queremos construir pontes. Quero me dedicar exclusivamente ao mandato de governador. Estamos abertos ao diálogo e agradeço a forma democrática como aconteceu a votação da presidência da Assembleia. Temos que trabalhar tendo como bússola a constituição federal e estadual. Vamos trabalhar com uma bancada mais ampliada. Senti os dissabores do governo Déda, da dificuldade de relacionamento com a Assembleia Legislativa. Não trabalho olhando pelo retrovisor. Quero ter com a Assembleia o melhor relacionamento, afinal, toda a minha vida pública foi no legislativo, como vereador, deputado estadual e federal. Na hora de governar, o partido fica em segundo plano. O povo fica na frente”, disse.
Reforma administrativa
Jackson falou também sobre a reforma e modernização do Estado, formulado pelo Governo de Sergipe, e aprovado pelos deputados estaduais em dezembro. O texto prevê a economia de R$ 249 milhões por ano, com medidas como a extinção de cargos de secretário adjunto, mudanças na previdência e no custeio da máquina pública.
“Minha esperança é que as medidas administrativas que tomamos para desinchar a máquina ,unto com medidas do governo federal, venham melhorar as condições do Estado e possamos honrar nossos compromissos e tocar as obras. Quando eu olho a lista de obras, vejo que temos muito o que avançar, mas eu não posso atrasar os salários. Vivemos uma situação difícil com esse déficit da previdência. Esse rombo ultrapassa a casa de R$1 bilhão. Retiramos todo mês R$62 milhões para a previdência. Esse dinheiro poderia ser colocado no Huse, em obras, na educação, para termos o orgulho de ver um estudante de 14 anos aprovado no Enem, como vimos agora”, disse o governador, que cobrou resultados dos secretários.
“É preciso dizer aos secretários que quando estabelecemos metas, é para cumprí-las. Eu cobro todos os dias dos meus secretários. Anoto, marco o que está nos jornais e cobro soluções. Todas as medidas da reforma que fizemos, foram pra viabilizar o PCCV na totalidade. Alguns projetos aprovados darão resultados. A partir deste ano, já teremos resultado dessas iniciativas. Mas é preciso apertar mais um pouco o cinto”.
Uma das metas traçadas é reduzir o analfabetismo e aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano na região do baixo São Francisco. Para isso, Jackson reuniu secretários e auxiliares na última sexta-feira, 30, para definir as ações nas áreas de educação, segurança e saúde.
“Já tive uma reunião com os secretários para elaborar um plano estratégico para a educação, vamos zerar a taxa de analfabetismo em Sergipe. Tivemos uma reunião esta semana sobre o plano estratégico para o Estado. Falamos sobre o Ideb, sobre melhorar os índices educacionais e sociais do estado. Vamos, também, reunir os 15 municípios com maior índice de violência e traçar um plano de combate a violência. Nosso objetivo é cuidas das pessoas e trabalhar pelo futuro de nosso povo. Cuidar do futuro é implantar políticas que mudem a realidade social de municípios, melhorar os índices educacionais, diminuir o analfabetismo, ampliar o IDH”
“Demos ao secretario Mendonça Prado liberdade para ele compor sua equipe. Mendonça tem a simpatia e apoio da policia militar , civil e da sociedade. Não estamos aqui para tapar o sol com a peneira. Espero que a SSP produza mais. Lamento o crescimento da violência aqui e em todo o país. Todos os governadores reclamam da disseminação das drogas e da violência”.
Baixo São Francisco
O governador ressaltou que o Baixo São Francisco terá uma atenção especial do governo já que é a região com menor Índice de Desenvolvimento Humano do estado e lembrou os investimentos realizados na rizicultura, rodovias e saúde. Com o incentivo a produção de arroz de pequenos produtores da área, este ano, os rizicultores do Baixo São Francisco têm a previsão de ter safra recorde, sendo comparada com a do Rio Grande do Sul, estado que possui alta produtividade de arroz no Brasil. A distribuição de sementes de qualidade e a atração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para regular o preço do produto, inibindo a ação dos atravessadores que exploravam o fruto do trabalho dos agricultores, também são ações estaduais com resultados positivos para a área.
Também já se investiu muito em rodovias na região, tanto para levar conforto e segurança a população, como para facilitar o escoamento do arroz e da produção agrícola dos pequenos produtores. São realidade as estradas que liga Ilha das Flores à Brejo Grande e a que liga toda a região de Propriá, passando por vários municípios até Feira Nova, onde se faz a ligação com a Rodovia do Sertão. A Rodovia do Arroz, que liga Santa Cruz até São Miguel, também já foi concluída e a que vai ligar Japoatã até Propriá será construída. Mas o Governo quer fazer mais, em ações integradas que levem educação, saúde e investimentos para região, inclusive com a intenção de atrair investimentos privados que possibilitem a geração de emprego e o desenvolvimento da área de Sergipe.
“Quando eu disse na campanha que é preciso cuidar das pessoas, eu dizia do trabalho de melhorar a qualidade de vida dos sergipanos. O Baixo São Francisco tem o menor IDH do estado, o que causa um desequilíbrio social. Este ano, a produção de arroz superou qualquer expectativa. Estou feliz porque os pequenos agricultores estão tendo a maior produção de arroz, comparável a do Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país. Nós doamos sementes de qualidade, o que melhorou a produtividade, implantamos a rodovia do arroz, facilitando o escoamento dessa produção e estamos fazendo a rodovia que liga Japoatã a Própria. Já executamos 15% e vamos entregar este ano. É preciso de políticas diferenciadas. Equiparar o desenvolvimento da região com as outras. A região do Baixo São Francisco precisa de mais investimentos. O ideal seria levar uma fábrica para gerar emprego”.
Proinveste
As obras do Proinveste também foram temas de perguntas na entrevista. Jackson informou que as obras estruturantes financiadas com recursos do Programa estão em andamento e algumas já foram concluídas, a exemplo da Orla de povoado São Braz, em Nossa Senhora de Socorro. O espaço será inaugurado no próximo domingo, dia 8.
“Entregaremos domingo a Orla do São Braz, obra que fomentará o turismo e o comércio do povoado São Braz em Socorro. Temos 75% da terraplanagem do hospital do Câncer. Já iniciamos a construção do Centro Profissionalizante de Nossa Senhora das Dores. Estamos construindo a Escola Ministro Armando Rollemberg no conjunto Jardim, onde tinha o Caic. Estamos fazendo a sistema viário do Centro Administrativo, o entorno viário de Itabaianinha, grande polo cerâmico do estado. Essa obra já tem 40% pronta. Temos também 80% da pavimentação do povoado Calumbi e entregaremos mais de mil casas. Faremos a entrada de Tobias Barreto. O povo de Tobias e o prefeito Dilson podem ficar tranquilos. Construiremos 600 casas em Tobias, próximo ao Centro Empresarial Marcelo Déda. O governo não está parado”.
Batistão
“Quarta-feira, dia 4, entregaremos o Batistão, o estádio está digno nosso povo. O problema de segurança nos estádios foi equacionado. Tudo que pudermos fazer para dar segurança ao nosso povo, nós faremos. Foram investidos R$ 22 milhões para dar conforto aos desportistas sergipanos e dedico essa obra aos apaixonados pelo futebol”.
Fundação Hospitalar
Barreto comentou também a renovação do contrato da Fundação Hospitalar de Saúde por mais um ano e pediu rigor no monitoramento dos serviços prestados à população.
“Não podemos ir de encontro à lei. Nós precisamos ver onde estão os ralos na Fundação da Saúde e na secretaria de Saúde. Precisamos ver quem está trabalhando de verdade. Temos que endurecer e cobrar responsabilidade. Não pretendo acabar com a Fundação, ela vai continuar. Lá existem pessoas concursadas. Faremos um recadastramento de todos os funcionários, para saber onde estão lotados, se está trabalhando, se não está. Eu quero é monitorar o trabalho, colocar pra funcionar de verdade, para servir bem o povo”.
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Agência Sergipe de Notícias