Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sergipe prenderam nesta terça-feira (27) durante fiscalização na BR-235, o ex-policial civil Calixto Luedy acusado de participação em uma chacina ocorrida no município de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, no qual morreram cinco pessoas e 12 ficaram feridas em um assentamento do Movimento Sem Terra (MST). Ele é primo do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, apontado como mandante da chacina e condenado a 115 anos de prisão pelo crime.
Segundo informações da PRF, os agentes realizavam policiamento tático na região do KM 06 da BR-235 quando pararam o veículo modelo Montana, com placas da Bahia, conduzido por Calixto. Após os agentes realizarem um levantamento descobriram que Calixto era foragido da Justiça mineira por participação na chacina.
Calixto que estava foragido desde novembro de 2004 quando ocorreu a chacina, morava em um condomínio de classe média alta na capital sergipana. Ele se encontra em uma delegacia na Grande Aracaju e será encaminhado para Minas Gerais.
A chacina
Segundo as investigações policiais, era por volta da meia noite quando 15 homens, comandados pelo fazendeiro e por Calixto, invadiram o acampamento “Terra Prometida”, Fazenda Nova Alegria, localizada no município de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Para agrupar os sem terra, os homens teriam utilizado a tática de soltar fogos, muito usada nos acampamentos para reunir os assentados.
Foram mortos Iraguiar Ferreira da Silva, 23, Miguel Jorge dos Santos, 56, Francisco Nascimento Rocha, 72, Juvenal Jorge da Silva, 65, e Joaquim dos Santos, 48, além de ter ferido a bala 12 pessoas –entre elas um garoto de 12 anos que levou tiros nos olhos. O grupo ainda incendiou as 27 casas e a escola dos filhos dos assentados.
Em outubro de 2013, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, apontado como mandante da chacina, e Washington Agostinho da Silva foram condenados, respectivamente, a 115 anos de prisão e 97 anos e seis meses de prisão. Eles foram beneficiados por liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e deixaram o Fórum em liberdade.
Em janeiro do ano passado, os réus Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira, 47, e Milton Francisco de Souza, 61, foram condenados a 102 anos e seis meses de prisão cada um, também por participação na chacina. (Informações do Jornal da cidade.net)