O jornalista Maurício Torres imaginava que seria repórter de política ou de cultura. Mas acabou fazendo carreira, e se consagrando, na narração de grandes eventos esportivos, como Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Pan-Americanos. O carioca começou a se destacar, na década de 1990, no Sistema Globo de Rádio e nos canais Globosat. Em 1996, entrou para a Rede Globo, onde além de fazer transmissões esportivas, apresentava o bloco esportivo do “Bom Dia Brasil”, eventualmente o Globo Esporte – além do “Espaço Aberto Esporte, da Globo News.
Chegou à Record em 2005, para ser o seu primeiro nome na locução esportiva.
Em 2012, se juntou a Mylena Ciribelli e Cláudia Reis na apresentação do “Esporte Fantástico”.
Ao receber o convite da Record, Torres não pensou duas vezes antes de mudar de emissora. Estava muito empolgado com os investimentos do canal. Além do caminho aberto para ser o narrador principal, pesou também a proposta financeira, muito superior à da Globo.
Tinha como ídolos Galvão Bueno e Luciano do Valle, e revelou que se não fosse jornalista, seria advogado.
Ele trabalhou na cobertura de grandes eventos esportivos, como Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Pan-Americanos.
Destaque para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta/EUA), 2000 (Sydney) e 2004 (Atenas), e dos Jogos Pan-Americanos de 1999 (Winnipeg/Canadá), 2003 (Santo Domingo/República Dominicana) e 2007 (Rio de Janeiro). Cobriu duas Copas do Mundo (França – 1998 e Coreia e Japão – 2002) e também narrou o Mundialito de Futebol de Areia de 1997 (Figueira da Foz/Portugal) e as decisões da Liga Mundial de Vôlei (2001 e 2003), além do Grand Slam de Judô 2009.
Em 2010, esteve em Vancouver, no Canadá, para a cobertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, evento que a Record transmitiu com exclusividade. Em 2011 narrou os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e participou da cobertura da emissora na Olimpíada de Londres, em 2012, como principal narrador da casa.
O narrador e apresentador esportivo Maurício Torres, 43 anos, morreu neste sábado (31), no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por conta de uma infecção. Ele estava internado desde o dia 1° de maio, quando se sentiu mal durante um voo do Rio de Janeiro a São Paulo, onde faria gravações de “offs” para o “Esporte Fantástico”, da Record, daquele fim de semana.
Após o desembarque, ele foi direto para o hospital Sírio-Libanês. Na época, foi constatado uma arritmia cardíaca – e não infarto.
Submetido a exames mais rigorosos, constatou-se a existência de uma infecção, que mesmo combatida a base de antibióticos, não regrediu agravando o seu estado.
Maurício deixa mulher e uma filha de oito anos. O sepultamento será no Rio de Janeiro.
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Informações da Redação O GLOBO