Em Sergipe as atividades ligadas à piscicultura aparecem no cenário sócio-econômico como um setor de elevado potencial e rentabilidade. O estado possui condições para a implantação de projetos em ostreicultura e carcinicultura, mas a piscicultura é a principal atividade aquícola e que possui a maior possibilidade de desenvolvimento, seja em viveiro escavado, tanques-rede ou canais de irrigação. E essa realidade vem sendo retratada no município de Pirambu, distante 30 km de Aracaju, por um grupo de pequenos agricultores que resolveu adotar a criação de tilápias como forma de incrementar a renda familiar.
Com a técnica de criação em tanques-redes, 25 famílias da comunidade Lagoa Redonda, município de Pirambu, iniciaram os trabalhos após receberem do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Inclusão e Desenvolvimento Social (Seides) as condições necessárias para a implantação do projeto a partir da doação das gaiolas de engorda, ração, alevinos, de uma balsa de suporte e uma canoa, ficando, por conseguinte, o trabalho de assistência técnica e extensão rural a cargo da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), através do seu escritório local de Japaratuba, que tem como papel precípuo trabalhar o associativismo, as principais políticas públicas governamentais, a divulgação e a comercialização do que se é produzido.
O projeto vem rendendo bons frutos. Atualmente, o grupo, que não abandonou sua principal fonte de renda que é a agricultura, possui 54 tanques-redes na lagoa do Sangradouro, local em que os tanques estão instalados em Pirambú, e com capacidade para produzir pouco mais de 650 peixes da espécie tilápia. Cada gaiola, como são chamados os tanques chamada pelo grupo, chega a produzir algo em torno de 500 kg de peixes, rendendo uma produtividade total de aproximadamente 25 mil quilos por lote, por produção, cuja renda extra vem agradando aos novos criadores.
O primeiro lote produzido, com 18 mil quilos da tilápia, foi comercializado em janeiro desse ano junto a outros piscicultores da região, na própria comunidade rural em que o grupo está inserido, nas feiras livres do município e a uma prefeitura do interior do Estado.
Segundo o coordenador do projeto, o agricultor Manoel dos Santos, os preços praticados pelo grupo variam em cada situação. “Nós comercializamos o quilo do peixe in natura a 8 reais, preço esse para quem vier comprar aqui no próprio local. Nas vendas para piscicultores locais o quilo é vendido a R$ 5,50 e para as vendas acima de 100 kg, o preço fica a cinco reais”.
Quando da produção desta matéria, os produtores aproveitaram e demonstraram na prática o quanto a produtividade vem se tornando motivo de satisfação para aqueles que participam do projeto. Na oportunidade, eles fizeram o recolhimento de uma de suas gaiolas capturaram 100 tilápias que, ao serem pesadas, chegaram a pouco mais de 100 quilos do peixe, pesagem essa que deve ser levada em consideração o fato da produção ainda não ter atingido seu ápice para comercialização.
Fonte: Ascom/Emdagro