O jornalista Diógenes Brayner afirma na edição desta quarta-feira (7) da sua coluna no jornal Correio de Sergipe que o PT, presidido pelo deputado federal Rogério Carvalho, desfez a exigência de indicar um candidato ao Senado na chapa majoritária liderada por Jackson Barreto (PMDB).
“Repensou e colocou um “preferencialmente”, o que abre perspectivas para outros mandatos como o de vice-governador. Depois anunciou que o PT não prejudicaria a candidatura de JB, para coligação com qualquer legenda. Nas entrelinhas fica caracterizado que também com o DEM. Abre, assim, perspectiva para a indicação da senadora Maria do Carmo Alves, que disputa a reeleição pelo Democratas, que é um dos objetivos do prefeito João Alves Filho”, afirma.
De acordo com o colunista, “a Executiva do PT modificou o termo em que o partido pretendia indicar um nome para o Senado. Colocou à frente a palavra “preferencialmente””. “Quer dizer: pode também ser a vice”, complementa. E diz mais: “Em conversa informal com aliados, durante o congresso do PT em São Paulo, Rogério disse que não teria problema em ser o candidato a vice. O PT não deseja criar problemas para Jackson”.
Abaixo o texto na íntegra:
O PT TAMBÉM CEDE
Diógenes Brayner – plenario@faxaju.com.br
A impressão inicial é que o Partido dos Trabalhadores (PT), do alto de sua militância e da potencialidade eleitoral adquirida em Sergipe, através do ex-governador Marcelo Déda, não cede às suas posições e desejos postos à mesa, aprovadas pela Executiva Estadual do partido. De 2002 a 2010, sob o comando do então presidente Lula, a legenda aprendeu o chamado jogo de cintura que todos os partidos precisam para conquistar objetivos.
O PT aprendeu rápido a requebrar. Inclusive com a necessidade de inaugurar um novo tempo, com os chamados governos de coalizão. Assim como faziam [e fazem] os partidos tradicionais. Aprendeu, ainda, que sozinho, fazendo o jogo de uma esquerda radicalizada, não iria a lugar algum. E fez absolutamente certo, porque sem uma ampla coligação, mesmo com siglas que antes combatia, não realizaria o sonho de chegar ao poder.
Em alguns casos o PT cometeu equívocos, mas em outros acertou. Principalmente quando se voltou para uma política social mais abrangente e que chegasse aos miseráveis e mais pobres. Conseguiu através de doações financeiras que viraram salários até hoje. E gostou, porque elas se tornaram uma permanente ação eleitoreira, que certamente serão seguidas por todos que chegarem ao Planalto.
Um outro equívoco, que o PT combatia, foi a criação de Ministérios para acomodar todos os partidos que participação da composição. Misturou o Governo e seu projeto, com os que não tinham nem projeto e nem Governo. De qualquer forma a negociação política passou a integrar o estilo de fazer política de um PT que antes mantinha posição firme em defesa de alguns princípios, hoje diluídos pela necessidade de manter a coalizão e, legitimamente, o poder.
Em Sergipe, o Partido dos Trabalhadores está avançando no formato de fazer política através de entendimentos. Natural quando se pretende costurar uma composição sem olhar para o passado. As siglas hoje não têm sentimentos ideológicos e nem uma visão progressista. Todas estão no mesmo patamar em busca de Poder, o que é objetivo final de quem integrar qualquer legenda. Ceder de um lado para avançar de outro é o que recomenda a lógica.
E foi o que fez o presidente do Diretório Regional de Sergipe, deputado federal Rogério Carvalho. Antes desfez a exigência de o PT indicar um candidato ao Senado na chapa majoritária liderada por Jackson Barreto. Repensou e colocou um “preferencialmente”, o que abre perspectivas para outros mandatos como o de vice-governador. Depois anunciou que o PT não prejudicaria a candidatura de JB, para coligação com qualquer legenda. Nas entrelinhas fica caracterizado que também com o DEM.
Abre, assim, perspectiva para a indicação da senadora Maria do Carmo Alves, que disputa a reeleição pelo Democratas, que é um dos objetivos do prefeito João Alves Filho. Embora não seja assim tão fácil.
MUDANÇA
A Executiva do PT modificou o termo em que o partido pretendia indicar um nome para o Senado. Colocou à frente a palavra “preferencialmente”.
Quer dizer: pode também ser a vice.
ROGÉRIO
Em conversa informal com aliados, durante o congresso do PT em São Paulo, Rogério disse que não teria problema em ser o candidato a vice.
O PT não deseja criar problemas para Jackson.